Celular travando ou esquentando? Esses erros podem ser os culpados

É uma experiência comum a muitos usuários de smartphones: um aparelho que antes era rápido e eficiente começa a apresentar lentidão, travamentos e superaquecimento. Embora o envelhecimento natural dos componentes eletrônicos seja um fator, muitas vezes esses problemas são acelerados por hábitos de uso que passam despercebidos.

Pequenos erros na rotina diária, desde a forma de carregar a bateria até o uso de acessórios inadequados, podem sobrecarregar o processador e degradar a saúde dos componentes internos. Essas práticas, quando somadas, comprometem a performance e diminuem a vida útil do dispositivo.

A boa notícia é que grande parte desses problemas pode ser evitada com ajustes simples no manuseio do aparelho. Ao adotar cuidados básicos, é possível manter o celular funcionando de forma otimizada por muito mais tempo, garantindo uma experiência de uso mais fluida e segura.

Compreender quais são esses erros e como eles afetam o hardware e o software do celular é o primeiro passo para corrigir os hábitos.

Como o uso incorreto do carregador afeta o celular

A utilização de carregadores não originais ou sem certificação é uma das principais causas de danos à bateria e ao sistema de recarga do celular. Esses acessórios de baixa qualidade podem fornecer uma voltagem instável, que força os componentes internos e acelera o desgaste da bateria de íons de lítio.

O uso de cabos danificados ou de procedência duvidosa também representa um risco. Além de poderem causar curtos-circuitos, eles podem não ser capazes de gerenciar o fluxo de energia de forma adequada, resultando em superaquecimento tanto do carregador quanto do próprio aparelho durante o processo de recarga.

Para garantir a segurança e a durabilidade do dispositivo, a recomendação dos fabricantes é utilizar sempre o carregador original que acompanha o produto ou acessórios de marcas certificadas. Essa prática assegura que a energia seja entregue de forma controlada, preservando a saúde da bateria e dos circuitos internos do celular.

Leia também: Apple e Starlink anunciam parceria para iPhone

O perigo de deixar o celular carregando a noite inteira

Manter o celular conectado à tomada por longos períodos após a bateria atingir 100% é um hábito que, a longo prazo, pode ser prejudicial. As baterias modernas são projetadas para interromper o fluxo de energia ao atingirem a carga máxima, mas pequenas recargas para manter os 100% podem gerar estresse químico nas células.

Esse estresse acelera o processo de degradação da bateria, diminuindo sua capacidade total de reter carga com o passar do tempo. Em outras palavras, a autonomia do aparelho fora da tomada será cada vez menor. Além disso, o processo gera calor, que é um dos maiores inimigos da vida útil dos componentes eletrônicos.

Embora os sistemas operacionais mais recentes, como iOS e Android, tenham implementado funções de “carregamento otimizado” que aprendem a rotina do usuário para evitar a carga total prolongada, a prática mais segura ainda é desconectar o aparelho pouco tempo depois que ele atinge a carga completa.

Aplicativos em segundo plano: vilões silenciosos da performance

Muitos aplicativos continuam a consumir recursos do sistema mesmo quando não estão em uso ativo na tela. Eles rodam em segundo plano para sincronizar dados, enviar notificações ou atualizar sua localização, o que consome memória RAM e ciclos do processador.

Essa atividade constante em segundo plano não apenas drena a bateria mais rapidamente, como também contribui para a lentidão e o superaquecimento do aparelho. Quando muitos aplicativos estão abertos, o sistema precisa gerenciar múltiplos processos simultaneamente, o que eleva a carga de trabalho do processador e gera mais calor.

Para mitigar esse problema, é recomendável fechar os aplicativos que não estão sendo utilizados e gerenciar as permissões de atualização em segundo plano. Nas configurações do aparelho, é possível limitar quais aplicativos podem rodar em background, garantindo que apenas os serviços essenciais permaneçam ativos.

Leia também: A importância da data para saúde e masculinidades

Falta de atualizações pode comprometer o funcionamento

Ignorar as atualizações do sistema operacional e dos aplicativos é um erro que pode comprometer tanto a segurança quanto o desempenho do celular. Essas atualizações não trazem apenas novos recursos, mas também correções para falhas de software (bugs) e otimizações de performance.

Um sistema desatualizado pode conter código ineficiente que força o processador a trabalhar mais do que o necessário para realizar tarefas simples. Isso resulta em maior consumo de bateria, lentidão e superaquecimento. As atualizações frequentemente melhoram a forma como o sistema gerencia a memória e a energia.

Manter o software do aparelho em dia é, portanto, uma medida preventiva fundamental. Ativar as atualizações automáticas ou instalá-las assim que são disponibilizadas garante que o celular opere com a máxima eficiência possível e esteja protegido contra vulnerabilidades de segurança recém-descobertas.

Celular travando ou esquentando Esses erros podem ser os culpados (2)
Manter o sistema operacional e os aplicativos atualizados é fundamental para corrigir falhas de segurança e otimizar a performance, evitando travamentos – Crédito: Jeane de Oliveira / pronatec.pro.br

Temperaturas extremas e os danos ao aparelho

Os celulares são projetados para operar dentro de uma faixa de temperatura segura, geralmente entre 0°C e 35°C. Expor o dispositivo a temperaturas fora desse intervalo pode causar danos, alguns deles permanentes. O calor excessivo é o mais prejudicial.

Deixar o celular sob o sol forte ou dentro de um carro fechado em um dia quente pode elevar a temperatura interna a níveis perigosos. O calor acelera a degradação química da bateria, reduzindo sua vida útil de forma irreversível. Além disso, pode danificar o processador e a tela do aparelho.

O frio extremo, por sua vez, também afeta o desempenho. Em temperaturas muito baixas, a capacidade da bateria de fornecer energia é temporariamente reduzida, o que pode fazer com que o celular desligue inesperadamente. O ideal é sempre manter o aparelho em ambientes com temperatura amena.

Usar capinhas inadequadas prejudica a ventilação

As capas de proteção são essenciais para prevenir danos por quedas, mas a escolha de um modelo inadequado pode contribuir para o superaquecimento. Os celulares modernos são projetados para dissipar o calor gerado pelo processador através de sua própria carcaça.

Capinhas muito grossas, feitas de materiais que isolam o calor, como borracha densa ou plástico sem aberturas, impedem essa dissipação natural. O calor fica aprisionado, e a temperatura interna do aparelho sobe. Como mecanismo de defesa, o processador reduz sua velocidade para não superaquecer, o que causa lentidão.

Para evitar esse problema, é recomendável escolher capas de boa qualidade, que não obstruam as saídas de calor e que sejam feitas de materiais que ajudem na ventilação. Em situações de uso intenso, como durante jogos ou ao carregar, remover a capinha temporariamente pode ajudar a resfriar o aparelho.

Falta de limpeza física também pode causar travamentos

A limpeza física do celular é frequentemente negligenciada, mas a sujeira acumulada pode causar problemas de funcionamento. Poeira e detritos que se acumulam no conector de carregamento podem obstruir os contatos metálicos, resultando em falhas na recarga ou mau contato com o cabo.

Da mesma forma, as grades dos alto-falantes e dos microfones podem ficar entupidas, abafando o som e dificultando as chamadas. Embora não cause diretamente travamentos, a sujeira pode superaquecer a área do conector durante o carregamento, se a conexão não for perfeita.

É aconselhável realizar uma limpeza periódica e cuidadosa, utilizando uma escova de cerdas macias ou ar comprimido para remover a sujeira das entradas. Para a tela e a carcaça, um pano de microfibra levemente umedecido com uma solução apropriada é o ideal.

Erros ao armazenar o celular que afetam a durabilidade

O armazenamento de dados também tem um papel importante na performance do celular. Manter a memória interna quase cheia, com menos de 10% de espaço livre, pode deixar o sistema operacional lento e propenso a travamentos.

O sistema precisa de espaço livre para gerenciar arquivos temporários, realizar atualizações e operar de forma eficiente. Quando o armazenamento está no limite, o processador precisa trabalhar mais para encontrar e alocar espaço, o que consome mais energia e gera mais calor.

A solução é fazer uma limpeza regular de arquivos desnecessários, como fotos e vídeos duplicados, e utilizar serviços de armazenamento em nuvem para guardar arquivos maiores. Manter o armazenamento organizado é tão importante quanto cuidar do hardware do aparelho.

Leia também: Lois E. Adams Spitz: uma trajetória inspiradora na cultura

Quando procurar assistência antes que o dano seja permanente

Apesar dos cuidados, alguns sintomas indicam que o problema pode ser mais sério e exigir a avaliação de um profissional. Se o celular superaquece a ponto de ficar desconfortável ao toque mesmo em tarefas leves, é um sinal de alerta.

Outros indicativos preocupantes são desligamentos repentinos, mesmo com a bateria carregada, e o inchaço da bateria, que pode ser percebido por um estufamento na parte traseira do aparelho. Uma bateria inchada representa um risco de segurança e deve ser trocada imediatamente.

Nesses casos, a recomendação é procurar uma assistência técnica autorizada. Um técnico qualificado poderá diagnosticar se há uma falha em algum componente interno, como a bateria ou a placa-mãe, e realizar o reparo necessário antes que o dano se torne irreversível.