O parque brasileiro que buscou ser a Disney e quase conseguiu
A década de 1990 trouxe ao Brasil um projeto ambicioso: o Terra Encantada, um parque temático que prometia ser uma verdadeira atração na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Inaugurado em 1998, sua proposta era se igualar a grandes nomes como a Disney World americana, um sonho que atraiu muitos olhares.
Com um investimento colossal de US$ 235 milhões, a expectativa era altíssima. O plano era receber 3,5 milhões de visitantes por ano, gerando uma receita de US$ 70 milhões anualmente. Mas, infelizmente, esse sonho grandioso se desfez rapidamente, levando ao fechamento definitivo do parque em 2010.
Ambições e oportunidades perdidas
O Terra Encantada foi idealizado para ser um dos parques mais modernos da América Latina, com foco em destacar a rica cultura e a biodiversidade do Brasil. No entanto, logo ao abrir suas portas, o parque enfrentou uma série de desafios. Muitas atrações e lojas estavam inativas, o que começou a manchar o início da sua história.
Desde o começo, as dificuldades administrativas foram evidentes. Isso impactou diretamente a experiência dos visitantes, que esperavam viver a magia comum em outras grandes atrações internacionais. As críticas não tardaram a surgir, especialmente em relação à qualidade dos serviços oferecidos no parque.
Não eram apenas os problemas de gestão que traziam preocupações. Questões relacionadas à segurança começaram a aparecer, gerando incertezas sobre a confiabilidade do parque para seus frequentadores.
Questões de segurança e incidentes
Logo nos primeiros meses após a abertura, a segurança tornou-se uma grande preocupação no Terra Encantada. Incidentes envolvendo lesões em algumas atrações começaram a ser reportados, afetando a reputação do local.
O mais grave aconteceu em 2010, quando Heydiara Lemos Ribeiro, de 61 anos, faleceu após um acidente na atração Monte Aurora. Esse trágico evento foi o ponto de virada que resultou na suspensão definitiva das atividades do parque.
Apesar de várias tentativas de salvar o empreendimento, incluindo a renegociação de dívidas e busca por novos investidores, nada pareceu funcionar. Em 2013, o terreno do Terra Encantada foi vendido por R$ 1,5 bilhão a construtoras, iniciando um processo de demolição que se estendeu até 2016.
Esses fatos mostram como, às vezes, até os maiores sonhos podem enfrentar dificuldades inesperadas.