iFood Entregador 2025: veja quanto se ganha e como aumentar o rendimento

A atividade de entregador por aplicativo tornou-se uma realidade para milhares de brasileiros, representando uma importante fonte de renda em um cenário de trabalho cada vez mais flexível. A plataforma iFood, sendo uma das líderes do setor de delivery no país, concentra um grande número de profissionais que buscam autonomia e uma alternativa ao emprego formal.

Apesar da popularidade da profissão, ainda existem muitas dúvidas sobre o funcionamento do sistema, especialmente no que diz respeito aos ganhos reais dos entregadores. Questões sobre como os valores são calculados, a frequência dos pagamentos e os fatores que influenciam a remuneração final são constantes entre os que atuam ou consideram atuar na área.

Compreender a mecânica por trás do aplicativo é, portanto, fundamental. A renda de um entregador não é um valor fixo, mas o resultado de uma combinação de variáveis que incluem a dedicação de horas, a estratégia na escolha de horários e locais, e a eficiência na realização das entregas.

O sistema de pagamentos da plataforma, a média de ganhos com base em estudos recentes e as informações práticas para otimizar o rendimento são, portanto, pontos centrais.

Como funciona o sistema de pagamentos do iFood para entregadores

O sistema de remuneração do iFood para seus entregadores parceiros difere do modelo de outros aplicativos, como os de transporte de passageiros. O ganho do entregador não é um percentual sobre a taxa de entrega paga pelo cliente, mas sim um valor calculado para cada rota específica que ele aceita realizar.

O cálculo do valor de cada rota leva em consideração três fatores principais. O primeiro é a coleta, referente à parada no restaurante para retirar o pedido. O segundo é a entrega, ou seja, o ponto de destino final. O terceiro, e um dos mais importantes, é a distância total percorrida pelo entregador, desde o aceite da rota até a sua conclusão.

Adicionalmente, a plataforma estabelece valores mínimos para garantir uma remuneração base. Se o cálculo final de uma rota, com base nos fatores mencionados, ficar abaixo do piso estabelecido pela empresa para aquela região ou tipo de veículo, o iFood complementa o valor para que o entregador receba o mínimo garantido por aquela corrida.

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Qual é o valor médio por entrega no iFood em 2025

Não existe um valor fixo por entrega, pois cada rota possui uma remuneração diferente baseada em sua complexidade. Contudo, é possível estimar os ganhos médios por hora trabalhada. Uma pesquisa de 2023 do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento – Cebrap (cebrap.org.br) serve como principal referência para entender esses valores.

De acordo com o estudo do Cebrap, o ganho médio líquido dos entregadores que utilizam moto foi de R$ 23 por hora efetivamente trabalhada. Esse valor já considera os descontos com custos operacionais, como combustível e manutenção do veículo, representando o que de fato fica para o profissional.

Com base nesse valor por hora, a pesquisa projetou cenários de ganhos mensais. Para uma jornada de 20 horas semanais, os ganhos líquidos podem variar de R$ 807 a R$ 1.325. Já para uma jornada de 40 horas semanais, mais próxima de um trabalho em tempo integral, a estimativa de ganho líquido fica entre R$ 1.980 e R$ 3.039.

O que influencia no ganho final do entregador

Diversos fatores dinâmicos influenciam diretamente o rendimento final de um entregador. A localização geográfica é um dos principais, pois grandes centros urbanos com maior densidade de restaurantes e clientes oferecem um volume de pedidos consideravelmente maior, aumentando as oportunidades de ganho.

Os horários de trabalho também são determinantes. Os períodos de pico, como o horário de almoço (entre 11h e 14h) e o jantar (entre 18h e 22h), especialmente nos finais de semana, concentram a maior parte da demanda. Trabalhar nesses horários pode aumentar significativamente a quantidade de entregas realizadas e, consequentemente, o ganho por hora.

Além disso, a plataforma pode oferecer promoções e incentivos em determinadas regiões ou períodos para equilibrar a oferta e a demanda. O iFood pode pagar valores adicionais por entrega em áreas com poucos entregadores disponíveis. As gorjetas oferecidas pelos clientes, que são repassadas integralmente ao profissional, também somam ao valor final.

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Quais são as taxas e descontos aplicados pelo iFood

Uma dúvida comum entre os interessados em trabalhar com a plataforma é sobre a existência de taxas. Diferentemente de outros aplicativos de serviços, o iFood não cobra uma taxa de comissão ou um percentual sobre os ganhos dos entregadores parceiros. O valor informado para a rota é repassado integralmente ao profissional.

A receita da empresa no ecossistema de delivery provém das taxas de comissão cobradas dos estabelecimentos parceiros (restaurantes, mercados, etc.) sobre o valor dos produtos vendidos por meio do aplicativo. A taxa de entrega que o cliente paga, por sua vez, compõe o valor total que remunera a logística, incluindo o pagamento ao entregador.

Portanto, o modelo de negócio do iFood para entregadores não envolve descontos sobre os valores das entregas. Os únicos descontos que podem ocorrer são aqueles relacionados a custos operacionais que o próprio entregador possui, como combustível e manutenção do veículo, que devem ser gerenciados pelo profissional.

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O aplicativo iFood para Entregadores detalha os ganhos por rota e permite o acompanhamento dos repasses financeiros semanais ou quinzenais – Crédito: Jeane de Oliveira / pronatec.pro.br

Como funciona o repasse semanal e os métodos de pagamento

Os ganhos acumulados pelos entregadores ao longo de um período são transferidos diretamente para a conta bancária cadastrada pelo profissional no aplicativo. O processo é automatizado e os extratos detalhados ficam disponíveis para consulta no app iFood para Entregadores.

A frequência dos repasses varia de acordo com a modalidade de trabalho do entregador. Para os chamados “Entregadores Nuvem”, que são os profissionais autônomos que se conectam diretamente à plataforma, os pagamentos são realizados semanalmente, geralmente depositados em um dia fixo da semana, como às quartas-feiras.

Já para os entregadores que trabalham vinculados a um Operador Logístico (OL), ou seja, como parte de uma frota terceirizada, o modelo de pagamento pode ser diferente. Nesses casos, o repasse costuma ser quinzenal, e as datas e condições são definidas em acordo entre o entregador e a empresa gestora da frota.

Diferença entre entregador parceiro e entregador nuvem

No ecossistema do iFood, existem duas modalidades principais de atuação para os entregadores. O “Entregador Nuvem” é o profissional totalmente autônomo. Ele utiliza seu próprio veículo, se cadastra diretamente na plataforma e tem total liberdade para escolher seus horários e as regiões onde deseja trabalhar, sem nenhum vínculo fixo.

Por outro lado, existe o “Entregador Parceiro” que atua vinculado a um Operador Logístico (OL). Os OLs são empresas que gerenciam frotas de entregadores e prestam serviço para o iFood. Nesses casos, o entregador tem uma relação de trabalho com a empresa do OL, que pode definir horários, fornecer o veículo e intermediar os pagamentos.

A principal diferença entre as duas modalidades está no nível de autonomia e na forma de recebimento. O entregador nuvem possui maior flexibilidade e recebe seus pagamentos diretamente do iFood semanalmente. Já o entregador de OL tem uma rotina mais estruturada e seu repasse é feito pela empresa da frota, geralmente a cada quinzena.

Dicas para aumentar o rendimento como entregador do iFood

Para maximizar os ganhos na plataforma, a estratégia é fundamental. A primeira dica é focar nos horários de alta demanda, concentrando o tempo de trabalho nos períodos de almoço e jantar, quando o volume de pedidos é maior e a plataforma pode oferecer incentivos adicionais.

Outra prática eficaz é o posicionamento geográfico inteligente. Ficar online em áreas com grande concentração de restaurantes e comércios parceiros do iFood aumenta a probabilidade de receber novos chamados rapidamente, diminuindo o tempo ocioso entre uma entrega e outra. Conhecer bem a cidade ajuda a otimizar as rotas e evitar trânsito.

Manter uma boa avaliação na plataforma também pode influenciar. Embora o iFood não detalhe o funcionamento do seu algoritmo de distribuição, um bom “Score” de desempenho, baseado em eficiência e boas avaliações, pode ser um fator positivo na priorização para receber novas rotas. Ser cordial e profissional com clientes e restaurantes contribui para isso.

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Vale a pena trabalhar como entregador em tempo integral?

A decisão de trabalhar como entregador em tempo integral é pessoal e depende dos objetivos financeiros e do estilo de vida de cada um. A principal vantagem citada pelos próprios profissionais é a flexibilidade de poder montar a própria agenda e a autonomia de ser seu próprio chefe, sem a rigidez de um emprego formal.

No entanto, é preciso considerar a realidade da atividade. A pesquisa do Cebrap mostra que, for para quase metade dos entregadores (48%), o trabalho com aplicativos é uma fonte de renda complementar, e não a principal. A média de horas trabalhadas por semana no setor fica entre 13 e 17 horas, indicando um perfil de uso mais parcial da plataforma.

Trabalhar em tempo integral, próximo às 40 horas semanais, pode proporcionar um rendimento mensal mais substancial, como indicam as projeções. Contudo, isso exige uma dedicação intensa e a necessidade de lidar com os desafios da rua, como o trânsito, as condições climáticas e os custos contínuos com o veículo, além da ausência de benefícios como férias remuneradas e 13º salário.