Empréstimo com garantia de veículo: veja como funciona e quando vale a pena

O empréstimo com garantia de veículo surge como uma alternativa para quem busca condições de crédito mais favoráveis. A modalidade permite usar um automóvel como colateral, assegurando juros menores e prazos de pagamento mais longos.

Sua principal atratividade está no acesso a valores mais altos que os de empréstimos pessoais comuns. Ao oferecer um bem como segurança, o risco para a financeira diminui, o que se reflete em melhores condições contratuais para o cliente.

O mecanismo que possibilita a operação é a alienação fiduciária, onde a propriedade do veículo fica atrelada à instituição. Contudo, o proprietário mantém a posse do bem, podendo usá-lo normalmente em seu dia a dia sem qualquer restrição.

Entender o processo por completo, incluindo os riscos e os benefícios, é um passo essencial antes de contratar. Uma decisão informada permite usar o crédito de forma estratégica para reorganizar as finanças ou realizar projetos importantes.

O que é um empréstimo com garantia de veículo

Esta modalidade de crédito permite que o solicitante ofereça seu veículo como segurança para a financeira. Em troca da garantia, a operação é realizada com juros mais baixos e condições de pagamento mais flexíveis para o consumidor.

O conceito jurídico por trás da transação é a alienação fiduciária. Por meio dela, a propriedade do automóvel fica vinculada ao credor, mas a posse e o direito de uso continuam com o proprietário até a quitação da dívida.

Diferentemente de empréstimos sem garantia, que se baseiam apenas na análise de renda, aqui o valor do bem é agregado à equação. Isso permite a liberação de quantias mais expressivas, mesmo para perfis de crédito variados.

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Como funciona esse tipo de crédito na prática

O processo de contratação se inicia com a simulação e o envio de uma proposta à instituição financeira. Em seguida, é feita uma análise de crédito para avaliar o perfil financeiro do solicitante e sua capacidade de pagamento.

Após a análise de crédito, o foco se volta para o veículo. Ele passa por uma vistoria técnica que avalia seu estado de conservação, e seu valor de mercado é definido, geralmente com base na Tabela FIPE. O empréstimo será uma porcentagem desse valor.

Com tudo aprovado, o contrato é assinado e o dinheiro liberado. Cabe então ao proprietário atualizar o documento do veículo no Detran, incluindo a anotação de “alienação fiduciária” para oficializar o bem como garantia da operação.

Quais são os requisitos para usar o carro como garantia

O critério fundamental é que o solicitante seja o proprietário legal do veículo. O automóvel precisa estar quitado, sem dívidas de financiamentos anteriores, e livre de quaisquer outras restrições legais ou multas pendentes.

As condições do veículo também são determinantes para a aprovação. As financeiras costumam impor um limite de idade para o carro, geralmente de até 15 ou 20 anos de fabricação, e seu bom estado de conservação é confirmado na vistoria.

O proponente do crédito também deve atender a algumas exigências básicas. É preciso ser maior de 18 anos, comprovar uma fonte de renda estável e possuir um bom histórico como pagador para ser aprovado na análise de risco.

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Documentos necessários para contratar o empréstimo com garantia

A formalização do contrato exige um conjunto de documentos pessoais e do veículo. Do proponente, são necessários um documento de identificação oficial com foto (RG ou CNH) e o Cadastro de Pessoa Física (CPF).

Também são solicitados comprovantes para verificação de dados. Um comprovante de residência atual, como conta de luz ou água, e um comprovante de renda, como holerite ou extrato bancário, são essenciais para a análise.

Em relação ao automóvel, o Certificado de Registro de Veículo (CRV) e o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) são obrigatórios. Ambos devem estar atualizados e em nome de quem solicita o crédito.

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A análise de crédito e a vistoria do veículo são etapas fundamentais no processo de contratação do empréstimo com garantia – Crédito: Jeane de Oliveira / pronatec.pro.br

Vantagens de oferecer um veículo como garantia

A principal vantagem dessa modalidade é a taxa de juros mais baixa. Como o risco para o credor é menor, essa segurança é repassada ao cliente, tornando o custo total do empréstimo mais barato que o de outras linhas de crédito.

Outro benefício é o acesso a limites de crédito mais altos e prazos de pagamento mais longos. O valor do bem permite obter quantias maiores, que podem ser pagas em até 60 meses, diluindo o valor das parcelas mensais.

A conveniência de continuar usando o veículo é um grande diferencial. O proprietário obtém o capital de que precisa sem se desfazer do seu automóvel, o que é especialmente relevante para quem depende do carro para trabalhar.

Quais são os riscos desse tipo de empréstimo

O risco mais significativo que deve ser considerado é a possibilidade de perda do veículo. No caso de inadimplência prolongada, a instituição financeira tem o direito legal de tomar posse do bem para quitar o saldo devedor.

Existe também um risco financeiro adicional. Se a venda do veículo em leilão não cobrir toda a dívida, incluindo juros e taxas, o devedor continuará sendo responsável por pagar a diferença restante para a instituição financeira.

As responsabilidades sobre o veículo também continuam. Durante todo o contrato, o proprietário deve arcar com despesas como IPVA, seguro e manutenções. A negligência com esses custos pode gerar complicações contratuais.

Taxas de juros e prazos: o que o consumidor precisa saber

Ao analisar uma proposta, é fundamental olhar além da taxa de juros e verificar o Custo Efetivo Total (CET). O CET inclui todos os encargos, como taxas, impostos e seguros, mostrando o custo real da operação financeira.

As taxas de juros podem variar conforme o perfil de crédito do cliente e as características do veículo. Um carro mais novo e um bom histórico de pagamento geralmente garantem condições mais atrativas e juros menores.

Prazos de pagamento mais longos resultam em parcelas menores, mas aumentam o custo total com juros. É importante que o consumidor encontre um equilíbrio entre uma prestação que se ajuste ao seu orçamento e o menor custo final possível.

Quando vale a pena fazer um empréstimo com garantia de automóvel

Essa modalidade é vantajosa para consolidar dívidas mais caras. Usar o dinheiro para pagar débitos de cartão de crédito ou cheque especial, que têm juros muito altos, permite trocar uma dívida cara por uma mais barata e economizar.

Também é uma boa opção para financiar investimentos planejados de alto valor. Projetos como iniciar um negócio, fazer uma reforma ou pagar por estudos podem ser viabilizados com um custo de crédito mais baixo e previsível.

Contudo, a contratação só é recomendada com um planejamento financeiro robusto. A decisão não deve ser impulsiva, e as parcelas precisam caber no orçamento para evitar o risco de inadimplência e a perda do bem.

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O que acontece se o empréstimo não for pago

O não pagamento das parcelas inicia um processo de cobrança. A instituição aplica multas e juros de mora sobre o valor atrasado, e o nome do devedor é inscrito nos órgãos de proteção ao crédito, como Serasa (serasa.com.br) e SPC (spcbrasil.org.br).

Com a persistência da inadimplência, o credor pode entrar com uma ação judicial de busca e apreensão do veículo. Amparada por lei, essa medida permite que o bem seja recolhido por ordem de um juiz para o pagamento da dívida.

Após a apreensão, caso a dívida não seja quitada, a financeira pode leiloar o veículo. O valor da venda é usado para abater o saldo devedor. Se houver sobra, o valor é devolvido; se faltar, o devedor continua responsável pela diferença.