Conferência mobiliza 61 mil escolas por justiça climática

As escolas brasileiras têm uma ótima oportunidade de fazer a diferença. Até segunda-feira, dia 30, elas podem realizar encontros para a VI Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA). O evento é voltado para todas as instituições que atendem alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental.

Essa é uma iniciativa conjunta do Ministério da Educação (MEC) e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), com apoio do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O tema desta edição é: “Vamos transformar o Brasil com educação e justiça climática”. O principal objetivo é fortalecer a educação ambiental nas escolas, criando um espaço para discutir justiça climática e buscar soluções diante das mudanças climáticas.

É um tema super pertinente, especialmente porque o Brasil vai sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) em Belém, entre 6 e 21 de novembro. A ideia é que a mobilização da VI CNIJMA escute e amplifique a voz das crianças e adolescentes sobre as questões que mais afetam suas comunidades.

Para você ter uma ideia, o MEC informou que existem 61.806 escolas com turmas do 6º ao 9º ano. Isso quer dizer que a conferência pode envolver mais de 775 mil professores e 9 milhões de estudantes de escolas públicas e privadas nessa faixa etária.

Registro da conferência escolar

Depois de realizar o encontro até 30 de junho, a escola precisa registrar a conferência local no site da VI CNIJMA até 5 de julho. Para isso, é necessário ter o código da unidade de ensino do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Esse registro é fundamental para que a escola avance para as próximas etapas da conferência nacional.

O governo disponibilizou um guia passo a passo para ajudar as escolas a realizarem suas conferências. Se tudo ocorrer conforme o planejado, as propostas e os projetos que surgirem vão para a fase nacional, que acontecerá de 6 a 10 de outubro de 2025 em Brasília.

Vivência em conferências

Roseneide Furtado, geógrafa e servidora da rede pública de ensino do Ceará, tem uma ampla experiência nesse tipo de evento. Desde 2009, ela já participou de três conferências Infantojuvenil, sendo duas delas em nível nacional. Atualmente, ela faz parte da Comissão Organizadora Estadual da VI Conferência Nacional.

Roseneide destaca a importância de o secretário de educação do município estar ciente de todas as etapas da conferência. Para ela, isso abre portas para aprendizados valiosos para os alunos que participam desse processo.

Ela comenta: “Passei a me engajar mais, buscando maior proximidade com a Secretaria da Educação do Estado e auxiliando o processo nas demais escolas. O evento traz um legado importante, já que fomenta projetos e dá vida às iniciativas nas instituições”.

Recentemente, foi realizada uma conferência regional organizada pela Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação 9, reunindo escolas de seis municípios: Cascavel, Beberibe, Chorozinho, Horizonte, Pacajus e Pindoretama. De lá, cinco projetos e delegações foram escolhidos para a etapa estadual que acontecerá até 15 de agosto.

Prazos

Aqui estão alguns prazos importantes para você se organizar:

  • Conferências nas escolas: até 30 de junho
  • Conferências Regionais/Municipais (opcional): prazo definido pelas Comissões Organizadoras Estaduais (COE)
  • Conferências Estaduais: até 15 de agosto
  • Conferência Nacional: de 6 a 10 de outubro

Público das conferências

A Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente teve sua primeira edição em 2003. Desde então, nas cinco edições realizadas até 2018, mais de 20 milhões de pessoas participaram. Isso inclui crianças e adolescentes de 11 a 14 anos, jovens de 18 a 29 anos em diversos papéis e, claro, professores e gestores da educação e do meio ambiente.

Cerca de 14 mil escolas de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal participaram, em média, a cada edição.

Legado da educação ambiental

Durante a VI CNIJMA, o incentivo à criação e à manutenção das Comissões de Meio Ambiente e Qualidade de Vida (Com-Vida) nas escolas será uma prioridade. Essas comissões têm o objetivo de promover um diálogo contínuo sobre meio ambiente e qualidade de vida, construindo um espaço de aprendizado e troca de experiências.

Além disso, o evento pode ajudar na formação de educadores, promovendo práticas educativas que reforcem o compromisso com a educação ambiental.