Durante muito tempo, todos os humanos tinham olhos castanhos. A cor azul, que hoje é um charme para muitos, surgiu como resultado de uma mutação genética que afetou a produção de melanina no corpo.
Essa transformação ocorreu por conta de uma alteração no gene HERC2, que regula a atividade do OCA2, uma proteína que ajuda a produzir melanina. A mutação não apaga a cor completamente, mas diminui a quantidade de pigmento, criando a aparência de olhos mais claros.
Um fenômeno interessante que contribui para essa clareza é o efeito Tyndall, que se refere à maneira como a luz é dispersada na íris.
Quando e onde surgiu essa mutação
Acreditava-se que essa mutação era bastante recente, datando de cerca de 6 mil a 10 mil anos. No entanto, pesquisas mais recentes sugerem que ela pode ter ocorrido entre 14 mil e 17 mil anos atrás. Restos humanos encontrados na Itália e na região do Cáucaso trazem evidências sobre isso. Um exemplo curioso é o de um bebê do sul da Itália que, possuindo pele escura e cabelos cacheados, também tinha olhos azuis.
O mais impressionante é que essa mutação começou em um único indivíduo, mas, com o tempo, se espalhou pela espécie humana, dando origem aos olhos azuis, mesmo em pessoas com características distintas.
A cor dos olhos é mais variada do que parece
Muita gente pensa que as cores dos olhos se resumem a três opções: castanho, verde ou azul. Mas a verdade é que a genética por trás dessa característica é muito mais complexa e envolve vários genes, além do HERC2 e do OCA2. Isso abre um leque imenso de variações de tons e combinações possíveis.
Um exemplo disso é o conhecido Homem de Cheddar, um fóssil de 10 mil anos encontrado no Reino Unido. Durante as análises, rumores correram de que ele tinha olhos azuis e pele escura. Porém, os pesquisadores esclareceram que, na verdade, a cor era uma mistura de azul-esverdeado, com toques de marrom e amarelo.
Olhos azuis não estão desaparecendo
Já escutou alguém dizendo que os olhos azuis estão em risco de extinção? Essa ideia não tem fundamento científico. Como se trata de um traço genético recessivo, ele pode persistir por gerações, mesmo que não apareça de forma visível.
Atualmente, cerca de 10% da população mundial possui olhos azuis. E não se esqueça: milhões de pessoas carregam os genes que podem fazer essas cores voltarem a surgir no futuro.