Compra chinesa de US$ 500 milhões reforça disputa com a Vale

Uma recente movimentação no setor de mineração chamou a atenção. A MMG, uma empresa controlada pela China, acaba de adquirir a operação de níquel da Anglo American no Brasil por até US$ 500 milhões. Essa transação não é apenas mais uma troca de ativos, mas uma jogada estratégica que pode mudar o panorama da mineração de minerais críticos no país.

Com essa venda, a Anglo American se despede de sua operação de níquel em um momento em que o mercado está cada vez mais competitivo, especialmente por conta da crescente demanda por recursos essenciais na transição energética. Agora, a MMG se posiciona como uma nova gigante do níquel no Brasil, apta a rivalizar com a Vale, uma das maiores empresas do setor.

A transação de US$ 500 milhões e seus termos

O acordo foi oficializado em 18 de fevereiro de 2025. A MMG vai pagar US$ 350 milhões assim que a transação for concluída, que está prevista para o terceiro trimestre de 2025. O restante do valor, que pode chegar até US$ 150 milhões, será pago dependendo do aumento no preço do níquel e do sucesso no desenvolvimento de duas novas minas. Essa estrutura de pagamento foi pensada para se adequar a um mercado onde os preços estão baixos, permitindo uma abordagem mais segura para a MMG.

A estratégia da Anglo American: por que a gigante vendeu suas minas no Brasil?

A venda das operações de níquel da Anglo American faz parte de uma reestruturação maior na empresa. Com o foco em áreas mais lucrativas, como cobre e minério de ferro de alta qualidade, a Anglo American parece ter tomado essa decisão para aumentar seu valor de mercado, especialmente após uma oferta hostil de US$ 49 bilhões de sua concorrente BHP.

Por isso, a venda do níquel, que estava apresentando um desempenho financeiro fraco, se torna um passo crucial para a empresa mostrar sua resiliência e atratividade no mercado.

A corrida pelos minerais críticos: a jogada estratégica da MMG e da China

Para a MMG, essa aquisição representa uma estratégia audaciosa, especialmente em um momento em que os preços do níquel estão baixos. O níquel é core no desenvolvimento de baterias para carros elétricos, e garantir acesso a grandes reservas é fundamental para a China, que busca consolidar sua liderança na indústria de tecnologias limpas.

O que a MMG comprou no Brasil?

A MMG adquiriu minas de ferroníquel em Goiás, como Barro Alto e Codemin, que juntas produziram 39.400 toneladas de níquel em 2024. Além disso, eles agora têm controle sobre dois projetos em desenvolvimento: a mina de Jacaré no Pará e a mina de Morro Sem Boné no Mato Grosso, prometendo um futuro brilhante para a empresa no fornecimento de níquel de alta pureza.

O futuro do níquel no Brasil: um novo cenário de competição

A entrada da MMG muda completamente o jogo no mercado de níquel brasileiro. Agora, essa nova concorrente está pronta para desafiar a Vale. Enquanto a MMG apresenta um plano agressivo, vislumbrando um aumento nos preços do níquel, a Vale enfrenta seus próprios desafios e até considera fechar algumas de suas minas devido à baixa nos preços. Essa nova dinâmica pode transformar o cenário competitivo nos próximos anos, trazendo inovações e mudanças significativas para o setor.