Se os seres humanos simplesmente parassem de ter filhos, o que aconteceria? O futuro da nossa civilização ficaria em risco. Inicialmente, a mudança seria lenta. As pessoas mais velhas iriam se despedir, e não haveria novos nascimentos para preencher esse vazio. Com o tempo, isso poderia levar a um colapso da sociedade.
A população começaria a cair gradualmente. Com menos jovens, serviços essenciais ficariam prejudicados. Isso afetaria diretamente áreas vitais, como saúde, agricultura e produção de alimentos. Mesmo que houvesse menos pessoas para alimentar, a falta de comida se tornaria uma realidade assustadora.
De acordo com especialistas, esse cenário poderia levar nossa civilização à ruína em um tempo surpreendentemente curto. Em 70 ou 80 anos, poderíamos ver drasticamente reduzido o número de humanos no planeta. As consequências seriam a escassez de alimentos, água limpa, medicamentos e outros itens básicos. Muitas das rotinas que conhecemos hoje poderiam simplesmente deixar de existir.
E por que isso aconteceria? A resposta é simples: a falta de jovens. São eles que criam, produzem e cuidam dos outros. Sem essa nova geração, o funcionamento do mundo entraria em um caos difícil de imaginar.
Catástrofes e distopias
Ainda que pareça um cenário distante, uma parada abrupta nos nascimentos pode acontecer em situações extremas. Por exemplo, imagine uma doença que tornasse toda a população em idade reprodutiva infértil. Esse tipo de ideia já foi muito explorado na ficção.
O autor Kurt Vonnegut, em seu livro Galápagos, retrata um mundo onde ninguém pode ter filhos. Há também The Handmaid’s Tale, da canadense Margaret Atwood, e The Children of Men, do britânico P.D. James, que mostram sociedades que enfrentam crises de fertilidade e vivem em meio ao sofrimento e desordem. Essas histórias, cheias de desafios e medos, são o que chamamos de distopias e refletem um futuro sombrio.
De excesso à falta
Nos anos 60 e 70, o grande medo era o excesso populacional. A ideia era que o crescimento da população seria um problema insuportável, e muitos já imaginavam um futuro com recursos escassos. Contudo, a situação hoje é diferente.
A população mundial continua a crescer, mas agora em um ritmo mais lento. Experts apontam que até 2080, podemos chegar a 10 bilhões de pessoas. Em 1974, éramos 4 bilhões; agora, já somos 8 bilhões. Nos Estados Unidos, por exemplo, a população chegou a 342 milhões, representando um aumento significativo. Mas o futuro pode ser incerto, dependendo da relação entre nascimentos e mortes.
Menos filhos, mais mortes
Para se ter uma ideia, em 2024, foram registrados cerca de 3,6 milhões de nascimentos nos EUA — bem abaixo dos 4,1 milhões de 2004. Ao mesmo tempo, o número de mortes aumentou: em 2022, foram 3,3 milhões, um crescimento notável em comparação aos 2,4 milhões de 20 anos atrás.
Essas mudanças são um sinal de alarme. É essencial haver um equilíbrio entre os jovens e os mais velhos. Os jovens são fundamentais para inovação e movimentação da economia, enquanto os mais velhos, muitas vezes, precisam de apoio em atividades cotidianas, como cozinhar ou se vestir.
Muitos empregos exigem pessoas com menos de 65 anos, e a escassez de jovens pode impactar todas as áreas. O número de filhos por mulher vem caindo, impulsionado por decisões pessoais e mudanças sociais e econômicas. Países como a Índia e a Coreia do Sul têm notado quedas consideráveis.
A imigração poderia ser uma solução, mas obstáculos culturais e políticos tornam esse caminho difícil. Outro ponto que preocupa é a queda na fertilidade masculina, que pode agravar ainda mais a situação.
O exemplo dos neandertais
A espécie humana, Homo sapiens, está presente na Terra há pelo menos 200 mil anos. Porém, assim como outras espécies, não está a salvo da extinção. Uma referência próxima são os neandertais, que viveram há cerca de 400 mil anos e desapareceram há aproximadamente 40 mil anos. Os Homo sapiens conseguiram se adaptar melhor e sustentar suas famílias.
Se acabássemos, seria um espaço aberto para outras espécies prosperarem. Porém, isso implicaria a perda de nossas conquistas em ciência, arte e cultura.
Para garantir um futuro mais seguro, especialistas indicam a urgência de algumas ações, como combater as mudanças climáticas e prevenir conflitos. Além disso, proteger a biodiversidade é essencial. Um planeta rico em diversidade de espécies é mais saudável, e isso se reflete diretamente em nosso bem-estar.