Falência de rede de sorvetes fecha 500 lojas e altera mercado
A história da Thrifty Ice Cream, uma marca de sorvetes muito querida nos Estados Unidos, chegou a um ponto de virada. Com a falência da rede de farmácias Rite Aid, que fechou cerca de 500 lojas, a Thrifty enfrentou grandes desafios. O curioso é que cerca de 70% das vendas da Thrifty aconteciam dentro dessas farmácias. Com esse fechamento, a presença da marca no mercado de sorvetes foi drasticamente afetada.
Fundada na Califórnia em 1940, a Thrifty sempre foi reconhecida por seu famoso cone quadrado e por sabores únicos, como o Pistachio Nut e o Rainbow Sherbet. Esses sabores são uma verdadeira viagem no paladar, bem longe do básico baunilha ou chocolate. Os balcões que ofereciam os sorvetes não eram apenas pontos de venda; representavam um verdadeiro ritual familiar, criando laços afetivos ao longo de gerações.
Agora, com muitos desses balcões desaparecendo, a Thrifty teve que buscar novas formas de vender seus produtos. A marca passou a depender mais de supermercados e outros varejistas, que, embora ampliem a distribuição, não conseguem replicar a mesma experiência carinhosa do balcão.
Durante o leilão de ativos da Rite Aid, a Thrifty, com sua histórica linha de produção, também foi colocada à venda. O futuro da marca agora pode caminhar por três caminhos diferentes: pode ser adquirida por alguém que queira manter sua tradição, a fábrica pode ser convertida para produzir algo totalmente diferente ou, se ninguém se interessar, a marca pode ser descontinuada.
Cada um desses cenários impactará pessoas e fornecedores que têm um laço com a marca, especialmente os consumidores que cresceram comprando sorvete na farmácia. Para o setor de sorvetes, a saída da Thrifty pode sinalizar o fim de uma era e, ao mesmo tempo, abrir espaço para novas inovações.
A ascensão do gelato no Brasil
Enquanto a Thrifty enfrenta suas dificuldades, o mercado de gelato no Brasil está em alta. O gelato, que é um tipo de sorvete italiano, tem conquistado cada vez mais admiradores por aqui. Um relatório da Abrasorvete informou que, em 2023, o consumo Nacional de gelato foi de 438 milhões de litros, o que representa um crescimento de 22,4% em relação ao ano anterior, movimentando mais de R$ 13 bilhões. As projeções para 2025 indicam que esse valor pode ultrapassar R$ 18 bilhões.
Esse crescimento reflete uma mudança no comportamento do consumidor, que está cada vez mais em busca de qualidade e experiências diferenciadas. No Brasil, o gelato se destaca por sua textura cremosa, menor teor de ar, e pela variedade de sabores sofisticados, além de usar ingredientes locais. Existe também uma tendência crescente por produtos mais saudáveis, com menos açúcar e versões com proteínas.
Um exemplo dessa evolução é a Sorvetes Frosty, que é um nome forte no Nordeste. A marca, com mais de 200 produtos e um foco em saudabilidade, conseguiu se reinventar e se posicionar entre as cinco mais vendidas em autosserviços no Brasil.
Transformação global dos sorvetes tradicionais
A situação da Thrifty nos EUA contrasta com o crescente sucesso do gelato no Brasil, evidenciando duas tendências importantes. A queda da Thrifty é uma lição de que a tradição não é suficiente para garantir sucesso no mercado atual. Em contraponto, a valorização do gelato artesanal no Brasil mostra que inovação e identidade local são fundamentais para o crescimento do setor.
Aqui, fatores como o clima tropical, feiras especializadas e um público mais exigente e conectado têm impulsionado a popularidade do gelato. Essa transição global aponta para um mercado de sobremesas geladas em transformação, onde modelos tradicionais e artesanais podem coexistir, desafiando marcas históricas a se adaptarem sem perder sua essência.