Concreto substitui asfalto em rodovias e promete durabilidade maior
A escolha pelo pavimento de concreto está ganhando força nas concessões rodoviárias privadas do Brasil, desafiando o domínio do asfalto em partes importantes do país. Essa mudança é interessante, pois o concreto oferece maior durabilidade e reduz os custos de manutenção a longo prazo, o que agrada às empresas que cuidam das rodovias pedagiadas. Afinal, em estradas com muito movimento, esses fatores fazem toda a diferença.
Com uma vida útil que pode chegar a impressionantes 30 anos, o pavimento rígido se mostra uma opção mais econômica ao longo do tempo. Isso atrai a atenção das concessionárias que buscam diminuir a frequência de intervenções e aumentar a confiabilidade da malha rodoviária que gerenciam. Essa evolução está diretamente ligada a novos contratos de concessão, que estão exigindo mais desempenho técnico e previsibilidade nos orçamentos.
Vantagens do pavimento de concreto nas concessões rodoviárias
As empresas do setor privado trabalham com metas rigorosas quando se trata de qualidade das pistas, fluidez no tráfego e prazos contratuais. Nas rodovias onde caminhões circulam constantemente, paradas para recapeamento asfáltico significam perda de arrecadação e riscos de acidentes. Por isso, o concreto surge como uma aposta de longo prazo.
Embora o investimento inicial no pavimento de concreto seja maior, a redução significativa na necessidade de manutenção periódica é um grande atrativo. Além disso, esse tipo de pavimento se sai melhor em termos de resistência às deformações causadas por cargas pesadas. Isso é especialmente importante em rotas logísticas usadas para o transporte de grãos, minérios ou insumos industriais.
Onde o concreto já está presente em rodovias privatizadas
Em São Paulo e no Sul do Brasil, já existem rodovias privatizadas que utilizam o pavimento rígido. Trechos como a SP-270 (Rodovia Raposo Tavares) e a SP-330 (Rodovia Anhanguera), operadas por grupos como CCR e Entrevias, possuem registros de uso do concreto em acessos logísticos e faixas de ultrapassagem. Essas experiências, embora ainda limitadas, servem como exemplos para futuras obras nas concessões.
As operadoras estão atentas ao desempenho técnico, ao impacto no tráfego e aos custos de manutenção, considerando a possibilidade de aumentar o uso do concreto em novos projetos.
Concreto oferece estabilidade de custos para contratos de concessão
Um ponto a ser destacado é que o cimento asfáltico de petróleo (CAP) tem seus preços ligados à cotação internacional do barril de petróleo, o que gera instabilidade nos custos das obras. Por isso, as concessionárias estão enxergando o concreto como uma alternativa menos suscetível a oscilações externas. Isso ajuda a garantir maior previsibilidade na gestão dos contratos, essencial em concessões de longo prazo.
Além do mais, o concreto reflete mais luz solar do que o asfalto, ajudando a reduzir o efeito de ilha de calor em áreas urbanas. Esse aspecto, somado à durabilidade e à baixa necessidade de manutenção, minimiza as interdições das pistas, algo que impacta diretamente a performance das operadoras em relação às agências reguladoras.
Sustentabilidade e imagem ESG impulsionam adoção do concreto
As concessionárias que optam pelo pavimento de concreto buscam também fortalecer seus compromissos com questões ambientais e de governança (ESG). A tecnologia de pavimentação permite o uso de materiais reciclados, como escória siderúrgica, e ajuda a reduzir a emissão de gases de efeito estufa ao longo da vida útil da rodovia.
Em Santa Catarina, por exemplo, já se está avaliando o uso de pavimento rígido em algumas seções da BR-470, que pode passar por concessão. Embora as decisões dependam de estudos técnicos e modelagens contratuais, as empresas parecem ver no concreto um diferencial competitivo e ambientalmente vantajoso.
Tendência de crescimento do concreto nas estradas brasileiras
De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), o uso do concreto representa apenas 2% da malha rodoviária federal, mas há previsão de crescimento para 10% nos próximos dez anos. Isso não inclui as rodovias privatizadas, onde o avanço pode ser ainda mais rápido.
Entretanto, o pavimento de concreto ainda enfrenta alguns desafios técnicos. O custo inicial elevado e o tempo de cura necessário antes de liberar a pista para o tráfego permanecem como obstáculos. Além disso, a qualificação da mão de obra para a execução e fiscalização das obras é fundamental para garantir a qualidade do serviço.
Com a pressão do setor privado e novas concessões que valorizam qualidade, o cenário está se moldando. O futuro do pavimento nas rodovias brasileiras pode estar se preparando para um novo padrão.