Força nuclear dos EUA pode devastar o planeta em 15 minutos

Em situações extremas, como um ataque nuclear, o presidente dos Estados Unidos tem apenas 10 a 15 minutos para decidir sobre uma resposta. Essa pressão toda se dá porque o país possui um sistema de defesa bastante robusto, dividido em três frentes: terra, mar e ar, preparado para responder a qualquer cenário.

Essa potência nuclear é impressionante. Os EUA têm cerca de 5.550 ogivas nucleares em seu arsenal. Dentro desse total, existem aproximadamente 650 bombas B83, que são projetadas para eliminar alvos subterrâneos fortificados. Mas as bombas não são o único recurso; o arsenal também conta com dois tipos principais de mísseis nucleares: os Minuteman III, que são lançados de silos terrestres, e os Trident II, que ficam camuflados em submarinos. Esses mísseis são fundamentais na chamada tríade nuclear, que sustenta a estratégia de dissuasão dos Estados Unidos.

A tríade nuclear: uma defesa robusta

A tríade é composta por três categorias de armamentos:

  • 400 mísseis Minuteman III localizados em silos em alguns estados, como Montana e Wyoming. Cada um deles tem um alcance que ultrapassa 13.000 km e uma potência de até 475 quilotons.

  • 14 submarinos da classe Ohio, cada um equipado com 20 mísseis Trident II. Esses submarinos patrulham os oceanos a partir de bases em Washington e na Geórgia, e seus mísseis têm um alcance de 12.000 km, com precisão inferior a 100 metros.

  • Bombardeiros estratégicos, como o B-2 Spirit e o B-52, que podem lançar armas nucleares a partir de bases nos Estados Unidos ou em outros locais.

Essa estrutura garante que, mesmo que uma ou duas áreas sejam neutralizadas, o país ainda tenha capacidade de resposta.

Detecção e resposta quase instantânea

Se um ataque nuclear ocorrer, um sistema de alerta entra em ação em três etapas. Primeiro, na fase de impulso, sensores infravermelhos em órbita detectam o lançamento através do Space-Based Infrared System (SBIRS). Logo em seguida, radares em terra confirmam o ataque com apoio do Ground-Based Midcourse Defense.

Na fase intermediária, o míssil já está no espaço, viajando a incríveis Mach 20, ou cerca de 24 mil km/h. É neste momento que as tentativas de interceptação são mais críticas. Finalmente, na fase terminal, a ogiva reentra na atmosfera, e evitar o impacto se torna quase impossível.

Decisões rápidas em momentos críticos

Quando um ataque nuclear é iminente, a responsabilidade de resposta recai sobre o presidente. Ele tem de 10 a 15 minutos para autorizar uma retaliação, usando um sistema que é conhecido como “Football” — uma maleta que contém os códigos e planos necessários. O que essa maleta inclui?

  • O “biscuit”, que é o cartão de autenticação do presidente.

  • O “livro negro”, que oferece várias opções de ataque — seja limitado, selecionado ou total.

  • Um canal direto com o Centro Nacional de Comando Militar (NMCC).

Se o presidente não puder agir, o vice-presidente ou outro oficial designado assume a responsabilidade, garantindo que alguém esteja sempre preparado para tomar essa decisão.

Um plano que mudou ao longo do tempo

Historicamente, o plano nuclear dos EUA — conhecido como SIOP (Single Integrated Operational Plan) — foi implementado em 1961 e permaneceu ativo até 2003. Na sua versão original, a SIOP-62, previa o uso de 3.200 ogivas nucleares contra a URSS, China e seus aliados. O impacto potencial desse ataque era de 8.000 megatons de TNT, com uma previsão devastadora de 285 milhões de mortes.

Com o passar dos anos, o SIOP foi adaptado para permitir ataques mais graduais e opções menos destrutivas. No entanto, simulações recentes, como as realizadas pela Universidade de Princeton, indicam que uma guerra "limitada" entre os EUA e a Rússia ainda poderia resultar em mais de 90 milhões de mortos e feridos em pouquíssimas horas.

A realidade da ameaça nuclear continua a moldar o equilíbrio global, mesmo depois de tantas décadas. Essa realidade nos obriga a refletir sobre as consequências de decisões tão pesadas.