Jeep lança primeiro híbrido nacional em Pernambuco com investimento bilionário

A Jeep está a mil por hora com as novidades e, em breve, vai apresentar o tão esperado Compass híbrido nacional. Mas o que muita gente não sabe é que o modelo vai trazer uma tecnologia diferente do que normalmente se imagina para um híbrido. O primeiro híbrido nacional da Jeep vai ser produzido em massa em Pernambuco e não será um modelo plug-in, como muitos pensavam. A proposta da Stellantis é apostar em um híbrido leve, que é mais simples e, principalmente, mais em conta. A ideia é contornar os preços altos que pegaram de surpresa o seu primeiro modelo importado e, assim, competir de forma direta com a concorrência.

Esse movimento faz parte de uma transformação significativa na fábrica de Goiana. Por lá, foram investidos R$ 13 bilhões para tornar a unidade o centro de eletrificação da empresa na América do Sul. O sucesso do novo Compass, que deve ser lançado no início de 2027, vai depender não só de preços competitivos, mas também de como a marca vai comunicar os benefícios dessa nova tecnologia aos consumidores.

O investimento de R$ 13 bilhões, a nova era da fábrica da Jeep em Pernambuco

Claro que a Stellantis não está entrando nesse novo mundo dos híbridos por mera escolha, e sim por necessidade. A marca percebeu que o mercado vinha sendo sucumbido pela Toyota e seus modelos híbridos, enquanto também precisou enfrentar a forte entrada dos carros elétricos chineses, como os da BYD e GWM. Para não ficar para trás, a empresa anunciou o investimento de R$ 13 bilhões na fábrica de Goiana, que será aplicado até 2030.

Esse investimento vai focar na implementação da nova plataforma global STLA Medium. Essa estrutura moderna e flexível não servirá apenas para o novo Compass, mas também para a nova geração do Peugeot 3008, que será produzida na mesma linha. Isso significa uma grande economia, que é sempre bem-vinda.

Como vai funcionar o motor híbrido leve do Compass nacional

Aqui, a diferença entre as expectativas e a realidade aparece mais clara. O primeiro híbrido nacional da Jeep terá um sistema híbrido leve (MHEV) de 48V, chamado de “Bio-Hybrid e-DCT”.

Basicamente, isso significa que você não vai poder carregar o carro na tomada. O sistema Bio-Hybrid funciona como um ‘assistente’ para o motor a combustão. É um motor elétrico pequeno que ajuda nas arrancadas, dando um gás extra e permitindo que o motor a combustão descanse em algumas situações, como quando você está parado em um semáforo. Ele também pode desligar o motor durante a desaceleração, economizando combustível. Pense nele como aquele amigo que sempre dá uma mão quando você precisa.

Lançamento em 2027, por que o Compass chega um ano depois da tecnologia?

O cronograma da Stellantis indica que o primeiro carro com essa tecnologia Bio-Hybrid deve sair da linha de produção de Goiana em 2026. Mas tudo indica que esse não será o novo Compass. A ideia é que o sistema MHEV estreie em um modelo que já está em circulação, como a Fiat Toro, para ir apresentando essa nova tecnologia ao mercado.

A nova geração do Jeep Compass, que já virá com a nova plataforma STLA Medium, está programada para ser lançada no início de 2027. Nesse momento, o sistema híbrido já deve estar mais aceito pelo público.

A lição de R$ 100 mil, o fracasso do híbrido importado que definiu a estratégia do nacional

A opção por um sistema híbrido mais simples e barato vem de uma lição difícil. Em abril de 2022, a Jeep lançou no Brasil o Compass 4xe, um híbrido plug-in importado da Itália que custava uma fortuna: R$ 349.990. As vendas foram um desastre, e a marca acabou tendo que dar descontos de até R$ 100.000 para limpar o estoque. Essa experiência deixou claro que o consumidor brasileiro não está disposto a pagar tão caro por um Compass híbrido, levando a Stellantis a buscar uma solução mais acessível para o modelo nacional.

A guerra dos SUVs, como o Compass 2027 vai competir

O novo Compass MHEV vai entrar em um mercado bem mais acirrado, dominado por modelos como o BYD Song Plus e o GWM Haval H6. Para se destacar, a Jeep terá que se apoiar em outros valores, já que não conseguirá competir em termos de autonomia ou potência.

A estratégia vai focar na força da marca Jeep, associada a um design atrativo e, principalmente, na sua extensa rede de concessionárias, que é um ponto forte em comparação com as marcas chinesas. O preço será decisivo para o sucesso; o primeiro híbrido nacional da Jeep ainda terá a missão de convencer os consumidores de que, neste caso, um modelo com menos tecnologia pode ser uma escolha mais inteligente e viável.