Toyota Supra: motor preparado para 1.000 cv com peças originais
O motor do Toyota Supra é um verdadeiro ícone no mundo dos automóveis, especialmente entre os fãs de tunning e corridas. O famoso 2JZ-GTE, que está presente na quarta geração do Supra, se tornou uma lenda por ser capaz de sustentar até 1.000 cavalos de potência, mesmo com suas peças de fábrica.
Estamos em 2025 e, três décadas após seu lançamento, o 2JZ-GTE não perdeu a sua relevância. Ele continua a ser a escolha favorita para projetos de alto desempenho e é frequentemente discutido em comunidades de entusiastas. Neste texto, vamos explorar o que faz desse motor um verdadeiro marco da preparação automotiva, separando os mitos da realidade.
Para entender seu sucesso, precisamos voltar aos anos 90, uma era de ouro na indústria automotiva japonesa. A Toyota estava em busca de uma resposta poderosa ao motor RB26DETT da Nissan, usado no aclamado Skyline GT-R. O desafio era criar um motor que não só rivalizasse, mas que fosse ainda mais robusto.
Na época, existia um acordo conhecido como “Acordo de Cavalheiros”, que limitava a potência dos carros no Japão a 280 PS (276 cv). A Toyota desenvolveu o 2JZ com capacidade para gerar muito mais potência, mas lançou o motor “domesticado” no Japão, em respeito a esse acordo. Assim, surgiu um motor superdimensionado, ideal para ser modificado por aqueles que gostam de personalizar.
Desvendando os 1.000 cv: a diferença entre a potência máxima e a potência confiável do motor do Toyota Supra
É comum ouvir que o motor do Toyota Supra pode alcançar a marca dos 1.000 cv com suas peças originais. Porém, essa é uma daquelas histórias que merecem um esclarecimento. É verdade que um 2JZ pode atingir essa potência em um teste, mas a durabilidade dessa configuração deixa muito a desejar.
Os especialistas e preparadores concordam que a faixa de potência realmente confiável para o 2JZ-GTE, usando o conjunto original, fica entre 600 e 800 cv. Nessa faixa, o motor apresenta uma durabilidade incrível. Ao ultrapassar os 800 cv, o risco de falhas nas bielas e pistões aumenta drasticamente. Aqueles 1.000 cv são considerados mais uma façanha do que uma configuração viável para uso diário.
O bloco de ferro, o virabrequim forjado e os segredos da sua resistência
A fama de “à prova de balas” do 2JZ-GTE vem de sua engenharia robusta e eficiente.
Bloco de ferro fundido: A Toyota optou por esse material, que oferece rigidez e estabilidade, criando uma base que, com as modificações certas, pode suportar até mais de 2.000 cv.
Arquitetura seis em linha: Este design é naturalmente equilibrado, resultando em menos vibrações e estresse sobre os componentes.
Virabrequim e bielas forjados: Esses componentes são feitos de aço forjado, tornando-os extremamente resistentes a fadiga e torção. O virabrequim, em especial, é tão forte que muitas vezes é mantido até em projetos que ultrapassam os 1.000 cv.
Por que o 2JZ-GTE ainda domina as pistas de “drag” e “drift”
Apesar de seu design ter mais de 30 anos, o motor do Toyota Supra ainda brilha nas pistas em 2025, mostrando que não é uma peça de museu.
No Drag Racing: O 2JZ é sinônimo de potência pura. Projetos modernos, utilizando blocos competidores em alumínio, já superaram a marca de 3.000 cv, em uma busca incansável por recordes no quarto de milha.
No Drift: Em competições como a Formula Drift, o 2JZ é amplamente utilizado como motor de troca. Sua alta potência, grande torque e confiabilidade sob pressão fazem dele uma escolha ideal para os desafios do esporte.
A eterna rivalidade com o RB26 da Nissan continua, mas o 2JZ se destaca por seu maior deslocamento e um sistema de lubrificação considerado mais eficiente.
Comparando com o motor que a Toyota escolheu para a nova geração do Supra, o BMW B58, ambos são motores de seis cilindros em linha, mas representam eras diferentes da engenharia. Enquanto o 2JZ é a robustez da tradição, o B58 traz eficiência e tecnologia avançada. A Toyota, ao desenvolver seus novos motores, até declarou o desejo audacioso de “superar o 2JZ”.