Tirar o celular da tomada antes de 100% danifica a bateria?

Com a popularização dos smartphones, muitas dúvidas surgiram sobre o melhor momento para conectar e desconectar o carregador. Uma das mais recorrentes é se tirar o celular da tomada antes de atingir 100% de carga pode danificar a bateria.

Essa preocupação está associada a antigos modelos de baterias, que apresentavam perda de desempenho ao serem recarregadas parcialmente. No entanto, com a adoção das baterias de íon de lítio, essa realidade mudou.

A evolução tecnológica também trouxe sistemas de carregamento mais inteligentes, capazes de regular automaticamente a entrada de energia conforme o nível de carga.

Ainda assim, entender como funcionam essas baterias e como os hábitos de carregamento influenciam na sua vida útil é essencial para preservar o desempenho dos dispositivos.

Tirar o celular da tomada antes de 100% danifica a bateria
Baterias de íon-lítio são resistentes à carga parcial e não sofrem com o chamado “efeito memória” – Crédito: Jeane de Oliveira / pronatec.pro.br

A bateria do celular precisa chegar a 100%?

Não há necessidade de carregar o celular até 100% para manter o bom funcionamento da bateria. As baterias modernas, em especial as de íon de lítio, foram projetadas para operar de forma eficiente com cargas parciais.

Manter a carga entre 20% e 80% é apontado como o intervalo mais seguro para preservar os componentes internos da bateria. Isso ocorre porque, nessa faixa, o estresse químico é menor.

Portanto, não há prejuízo em desconectar o carregador antes da carga total. Pelo contrário, essa prática pode até mesmo contribuir para aumentar a durabilidade do aparelho ao longo do tempo.

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O que acontece ao tirar o celular da tomada antes da carga total

Ao interromper o carregamento antes que a bateria atinja 100%, o ciclo de vida do componente não é comprometido. Isso porque cada ciclo é contabilizado com base em cargas completas equivalentes.

Por exemplo, duas cargas de 50% somam um ciclo. Dessa forma, recargas parciais distribuem melhor os ciclos e evitam picos de temperatura.

Além disso, quanto menor o tempo que a bateria permanece com carga total, menores são os efeitos de degradação por tensões elevadas, comuns nas fases finais do carregamento.

Especialistas explicam os mitos sobre o carregamento parcial

O receio de que o carregamento parcial cause o “vício” da bateria remonta à época das baterias de níquel-cádmio, comuns até a década de 1990. Nessas baterias, o efeito memória fazia com que a capacidade total diminuísse ao longo do tempo.

Com a chegada das baterias de íon de lítio, esse problema foi praticamente eliminado. Esses modelos são mais eficientes e estáveis, podendo ser recarregados em qualquer porcentagem.

De acordo com engenheiros e fabricantes, o carregamento parcial é inclusive recomendado para reduzir a temperatura do aparelho e preservar os componentes internos.

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Cargas incompletas reduzem a vida útil da bateria?

Estudos técnicos indicam que recarregar a bateria sem esperar a descarga total ajuda a evitar desgaste prematuro. Isso ocorre porque, ao evitar os extremos (0% e 100%), o ciclo de vida da bateria é preservado.

A cada ciclo completo, os materiais internos da bateria se degradam ligeiramente. Portanto, fracionar o uso em recargas de 30% a 70%, por exemplo, pode resultar em maior durabilidade.

A prática de recarregar com frequência também impede que o aparelho desligue abruptamente por falta de energia, o que pode comprometer sistemas sensíveis do smartphone.

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Carregar o celular até 80% é uma das práticas recomendadas por especialistas para prolongar a durabilidade da bateria – Crédito: Jeane de Oliveira / pronatec.pro.br

Diferença entre bateria de íon de lítio e outros modelos

As baterias de íon de lítio substituíram as de níquel por apresentarem vantagens significativas. Elas têm maior densidade energética, são mais leves e não sofrem com o efeito memória.

Enquanto as baterias antigas exigiam ciclos completos para evitar perda de capacidade, as de íon de lítio permitem carregamentos parciais sem prejuízos.

Além disso, esses modelos possuem proteções internas contra superaquecimento, sobretensão e curtos-circuitos, garantindo maior segurança ao usuário.

Qual é o ciclo ideal de carregamento para celulares modernos

Embora não exista uma regra universal, especialistas recomendam manter a bateria entre 20% e 80% para garantir mais ciclos de recarga.

Estudos apontam que, quando a carga é mantida nessa faixa, o número de ciclos pode aumentar em até 40%. Isso ocorre porque os materiais químicos internos sofrem menos estresse.

Usar recursos como carregamento otimizado, presente em sistemas iOS e Android, também ajuda a programar a recarga de forma mais eficiente, reduzindo o tempo em 100%.

Deixar o celular na tomada após 100% também faz mal?

A maioria dos celulares modernos é equipada com controladores que interrompem a entrada de energia ao atingir 100% de carga. Por isso, deixar o aparelho conectado à tomada por mais tempo não representa um risco imediato.

Entretanto, ao manter o dispositivo conectado constantemente, ele pode gerar calor residual e realizar pequenas recargas automáticas para manter o nível de energia.

Esse ciclo constante pode, ao longo do tempo, afetar a vida útil da bateria. Por isso, a recomendação é desconectar o carregador após a carga completa sempre que possível.

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Dicas práticas para preservar a bateria do smartphone

Para aumentar a longevidade da bateria, é indicado usar carregadores originais e evitar acessórios não homologados, que podem comprometer a segurança do aparelho.

Evitar o uso de jogos e vídeos durante o carregamento também contribui para reduzir o superaquecimento. Sempre que possível, remova a capinha durante a recarga.

Manter o sistema operacional atualizado, ativar modos de economia de energia e monitorar o consumo por aplicativo ajudam a otimizar o desempenho e a autonomia da bateria em longo prazo.