Diferenças entre gasolina comum, aditivada e premium
Com os preços dos combustíveis sempre em alta e a busca por economia ganhando força entre os motoristas brasileiros, surge uma pergunta que muitos se fazem nos postos: qual é a real diferença entre gasolina comum, aditivada e premium? E, mais importante, qual delas realmente vale a pena para o bolso e para o motor?
Escolher entre essas opções pode parecer simples, mas a resposta varia de acordo com vários fatores, como o tipo de carro, o estilo de condução e a rotina de uso. Além disso, a frequência de manutenção do veículo também influencia na decisão.
É comum pensar que a gasolina mais cara é a melhor, mas essa ideia nem sempre é verdadeira. Vamos entender melhor como cada tipo de gasolina funciona, quais são suas vantagens e desvantagens e descobrir qual delas pode ser a melhor para o seu carro.
Gasolina comum: a mais simples, mas eficiente
A gasolina comum é a opção mais básica, com uma mistura de hidrocarbonetos do petróleo e etanol anidro, que varia entre 20% e 27%, conforme as normas da ANP. Por não conter aditivos detergentes, essa gasolina não ajuda a limpar o motor, mas ainda assim é adequada para a maioria dos veículos populares.
Um ponto a se considerar é que, se usada exclusivamente no longo prazo, a gasolina comum pode gerar depósitos nos bicos injetores e outros componentes, especialmente em carros que não passam por manutenção regularmente. Por outro lado, se seu carro está em bom estado e bem mantido, a gasolina comum pode ser uma escolha econômica.
Gasolina aditivada: proteção para o motor
Agora, se você procura algo que cuide ainda mais do seu motor, a gasolina aditivada é uma opção. Ela é basicamente a mesma gasolina comum, porém enriquecida com aditivos que ajudam a manter o sistema limpo. Esses aditivos protegem contra resíduos prejudiciais, prolongando a vida útil de componentes como os bicos injetores.
Embora custe de R$ 0,10 a R$ 0,30 a mais por litro, a gasolina aditivada pode valer a pena a longo prazo, especialmente em cidades, onde o carro fica parado com mais frequência. Ela não vai aumentar a potência, mas contribui para a saúde geral do motor e é recomendada por montadoras para quem busca proteção extra.
Gasolina premium: alto desempenho, mas para poucos
A gasolina premium, por sua vez, é voltada para veículos de alta performance, como esportivos e SUVs de luxo. Com uma octanagem geralmente acima de 95, ela evita a detonação, um fenômeno que pode ocorrer em motores potentes que usam gasolina de menor octanagem.
No Brasil, as mais conhecidas são a Podium, da Petrobras, e a Octapro, da Ipiranga. Ambas vêm carregadas com aditivos avançados, mas sua superioridade só faz sentido para os carros que exigem essa especificação no manual. Usá-la em veículos populares não traz economia, apenas um gasto maior, podendo chegar a R$ 1,00 ou R$ 1,50 a mais por litro em comparação com a gasolina comum.
Qual a melhor escolha para seu carro?
A primeira regra ao abastecer é seguir o que diz o manual do fabricante. Se o seu carro é flex e utiliza mais a cidade, a gasolina aditivada pode ser uma escolha inteligente. A gasolina comum, no entanto, continua sendo uma opção segura e funcional, desde que seu veículo esteja com a manutenção em dia.
A gasolina premium deve ser reservada para aqueles que dirigem carros de alto desempenho. Usá-la em veículos convencionais não traz benefícios.
Especialistas respondem: mito ou verdade?
De acordo com o engenheiro Ricardo Dilser, a gasolina aditivada não aumenta a potência, mas ajuda a diminuir a carbonização e melhora a vida útil do sistema de injeção. A Petrobras também afirma que a gasolina premium deve ser utilizada em motores específicos que necessitam de alta octanagem. Abastecer com uma gasolina mais cara achando que isso melhorará o desempenho pode acabar sendo um gasto desnecessário.
E o etanol, entra onde?
Além disso, o etanol está presente em todas as gasolinas brasileiras, com adição entre 20% e 27%. Essa mistura ajuda a reduzir poluentes e apoia a economia do setor sucroalcooleiro. Quando se trata de etanol hidratado, que é vendido puro, ele pode ser uma boa alternativa para carros flex, especialmente se o preço ficar abaixo de 70% da gasolina.
Em resumo, a gasolina comum é suficiente para a maioria dos veículos brasileiros, a aditivada oferece proteção extra e a premium deve ser usada para motores que realmente necessitam disso.
O importante é conhecer bem o seu carro, seguir as recomendações do manual e abastecer em postos de confiança. Além disso, não se esqueça de manter a manutenção sempre em dia e ficar atento ao comportamento do seu veículo.
E você, já percebeu diferença no desempenho ou consumo do seu carro ao trocar o tipo de gasolina? Qual delas você costuma usar — e por que?