Petrobras pode alterar preços de combustíveis com conflito Irã-Israel
Impactos da Conflito no Oriente Médio e Preços de Combustíveis no Brasil
A recente escalada do conflito entre Irã e Israel tem levantado preocupações sobre o impacto no mercado global de petróleo, que pode refletir nos preços da gasolina no Brasil. Marcelo Bonifácio, analista da StoneX, alerta que a estatal Petrobras pode ser forçada a aumentar o preço da gasolina devido à alta nos valores do petróleo.
Na última semana, os preços do petróleo registraram um aumento de cerca de 8%, e por volta do meio-dia da terça-feira, 17 de outubro, a alta estava em 2,77%. Bonifácio menciona que a situação é imprevisível, principalmente após a Petrobras ter reduzido recentemente os preços da gasolina. O analista aponta que a produção de derivados no Brasil está bastante robusta, o que dificulta uma previsão clara sobre reajustes futuros.
Ele também ressalta que o diesel é mais afetado pelos preços internacionais, pois possui um mercado de importação mais intenso. O Irã, que representa aproximadamente 3% da oferta global de petróleo, é crucial, já que 20% dessa produção passa pelo Estreito de Ormuz. Outras rotas de transporte também geram inquietações no mercado.
Antes do início do conflito, os preços do petróleo estavam em queda, e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) havia sinalizado um aumento na oferta. Bonifácio acredita que, se não houvesse o risco geopolítico, o mercado poderia estar menos tensionado, e não antecipa mudanças nos preços dos combustíveis pela Petrobras no curto prazo.
Situação do Etanol
Em relação ao etanol, as notícias também não são otimistas. Duas semanas atrás, a Petrobras reduziu os preços da gasolina nas refinarias em 5,6%, mas esse corte não resultou em mudanças significativas nos preços ao consumidor. O etanol, por sua vez, está enfrentando uma pressão no mercado, não apenas devido à queda da gasolina, mas também em função do aumento da safra, que é um fenômeno comum nesta época do ano.
Atualmente, a paridade entre os preços do etanol e da gasolina está menos favorável do que em 2024, o que diminui o poder de negociação das usinas em relação ao preço do biocombustível. Nos últimos cinco semanas, os preços do etanol têm mostrado tendência de queda, com a expectativa de que essa redução seja uma estratégia para impulsionar a demanda.
Contudo, especialistas afirmam que, com a entrada da entressafra da cana, é possível que haja um aumento mais expressivo nos preços do etanol. As mudanças no mercado e o comportamento dos preços dos combustíveis continuarão a ser monitorados, especialmente em um contexto global tão incerto.