Mudança no IOF 2025: entenda o que muda nas operações de crédito e câmbio
O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) voltou ao centro dos debates econômicos em 2025 após a publicação de um novo decreto presidencial que modificou diversas alíquotas aplicadas a operações de crédito, câmbio e serviços contratados no exterior. A decisão gerou reações imediatas entre parlamentares e especialistas, principalmente por seu efeito direto no bolso dos brasileiros.
A medida foi adotada como resposta a uma lacuna de arrecadação provocada pelo recuo do governo em outra frente fiscal. A tentativa de compensação com o IOF, no entanto, tem provocado discussões entre os poderes e levantado questionamentos sobre seu real efeito na economia nacional, especialmente no consumo e no setor produtivo.
Tanto pessoas físicas quanto empresas passaram a enfrentar custos mais altos em diversas transações, desde a contratação de empréstimos até a compra de moeda estrangeira. O aumento em algumas alíquotas chegou a superar 800%, afetando inclusive pequenos negócios e consumidores em viagens internacionais.
Diante da pressão do Congresso Nacional, o governo sinalizou a possibilidade de revisar a proposta. Ainda assim, as novas regras já estão em vigor, tornando essencial compreender os principais pontos da mudança, seus efeitos práticos e como se adaptar a essa nova realidade fiscal.

Índice – IOF
- O que é o IOF e qual sua função nas operações financeiras?
- O que motivou a mudança no IOF em 2025?
- Quais são as principais alterações nas alíquotas do IOF?
- Como a nova regra do IOF impacta os empréstimos e financiamentos?
- Mudança no IOF afeta o uso do cartão de crédito e o cheque especial?
- O que muda no IOF sobre operações de câmbio e envio de dinheiro para o exterior?
- Quem é mais impactado pela mudança no IOF: pessoa física ou jurídica?
- Como se preparar financeiramente para as novas regras do IOF?
O que é o IOF e qual sua função nas operações financeiras?
O IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) é um tributo federal aplicado sobre diversas transações do sistema financeiro nacional. Ele incide sobre operações de crédito, câmbio, seguro, títulos ou valores mobiliários e possui a função de arrecadação e regulação econômica.
Diferentemente de outros tributos, o IOF tem um caráter mais imediato. Sua alíquota pode ser ajustada pelo Poder Executivo conforme objetivos fiscais e econômicos do momento, sem necessidade de aprovação legislativa prévia. Isso o torna um instrumento utilizado para controlar o consumo, regular o câmbio e elevar a arrecadação federal.
Sua presença é percebida no cotidiano por consumidores e empresas, especialmente ao contratar empréstimos, fazer compras internacionais ou realizar transferências de dinheiro para o exterior. Por isso, qualquer mudança em sua estrutura afeta diretamente o custo das operações.
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O que motivou a mudança no IOF em 2025?
A alteração no IOF, promovida pelo governo federal no início de 2025, teve como objetivo ampliar a arrecadação para compensar perdas fiscais após o recuo em outra frente tributária. A revogação da proposta que previa taxar investimentos de brasileiros em fundos no exterior abriu um déficit que o governo buscou cobrir com o aumento das alíquotas do imposto.
De acordo com o Ministério da Fazenda, a medida tem caráter temporário e emergencial. A elevação das taxas ocorreu via decreto e provocou forte reação no Congresso Nacional. Deputados e senadores pediram alternativas à equipe econômica, alegando que a medida afeta diretamente o consumo e a competitividade das empresas.
A insatisfação entre os parlamentares se intensificou após a confirmação de que operações envolvendo remessas internacionais e serviços digitais também seriam atingidas. Em resposta, o governo indicou que apresentará um plano alternativo em até dez dias, como exigido pelas lideranças do Congresso.
Quais são as principais alterações nas alíquotas do IOF?
O novo decreto publicado em maio de 2025 estabeleceu mudanças significativas nas alíquotas do IOF para diversas operações. Entre as mais relevantes, destaca-se a unificação da alíquota de 3,5% para compras em sites internacionais, recarga de cartões pré-pagos, contratação de serviços digitais e saques no exterior.
Houve também aumento nas taxas aplicadas a empréstimos contratados por empresas, incluindo aquelas optantes pelo Simples Nacional. A alíquota anual subiu de 1,88% para até 3,95% em algumas operações. Já para empresas de menor porte, o percentual passou de 0,88% para 1,95%.
A compra de moeda estrangeira em espécie, como dólar e euro, também foi impactada. A taxa, antes fixada em 1,1%, foi elevada para 3,5%. Isso encarece a aquisição de moeda física por turistas e pessoas que enviam recursos a parentes fora do país.
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Como a nova regra do IOF impacta os empréstimos e financiamentos?
As operações de crédito estão entre as mais afetadas pelas novas regras do IOF. Com o aumento da alíquota, o custo total dos empréstimos se eleva, o que reduz a margem de consumo de pessoas físicas e limita a capacidade de investimento das empresas.
O encarecimento do crédito tem efeito imediato sobre o orçamento das famílias, especialmente daquelas que recorrem a financiamentos para aquisição de bens duráveis ou para organizar suas finanças. O aumento de apenas alguns pontos percentuais representa um valor significativo no prazo total do contrato.
Para empresas, sobretudo as que operam com capital de giro apertado ou dependem de crédito rotativo, a nova alíquota pressiona ainda mais os custos operacionais. Isso pode resultar em freio nos investimentos, adiamento de contratações e redução da produção.

Mudança no IOF afeta o uso do cartão de crédito e o cheque especial?
Sim. Os cartões de crédito e pré-pagos internacionais passam a ter alíquota de 3,5% sobre cada operação realizada. Anteriormente, essa taxa era de 3,38%. Embora a variação seja pequena, ela representa um aumento direto para consumidores que realizam compras no exterior ou utilizam o cartão em viagens internacionais.
O cheque especial também sofre influência indireta. Com o aumento do IOF sobre operações de crédito, qualquer modalidade que envolva empréstimos automáticos, como o cheque especial, tende a ficar mais cara. Mesmo que a alíquota específica não tenha sido alterada, o ambiente de aumento de custo se reflete nas taxas aplicadas pelos bancos.
Esses reajustes podem desestimular o uso do cartão de crédito em compras parceladas internacionais e reduzir a demanda por serviços digitais pagos em moeda estrangeira. Além disso, o aumento do IOF encarece seguros com cobertura global e serviços financeiros contratados fora do país.
O que muda no IOF sobre operações de câmbio e envio de dinheiro para o exterior?
As operações de câmbio utilizadas para transferir recursos ao exterior também foram atingidas pela nova regulamentação. A alíquota, antes em 0,38%, foi elevada para 3,5%, o que representa um aumento de mais de 800%.
Esse reajuste afeta empresas que contratam serviços internacionais, como fretes e consultorias, e pessoas físicas que enviam dinheiro a familiares no exterior. Com o novo valor, o custo final da transferência aumenta substancialmente.
Além disso, o IOF mais alto pode desestimular o envio de dinheiro por meios formais, levando parte das remessas para soluções alternativas, como criptomoedas ou sistemas paralelos. Esse comportamento, segundo especialistas, reduz a transparência das operações e dificulta a fiscalização por parte das autoridades monetárias.
Quem é mais impactado pela mudança no IOF: pessoa física ou jurídica?
As alterações no IOF atingem tanto pessoas físicas quanto jurídicas, mas os efeitos variam conforme o tipo de operação e o volume de transações realizadas. No caso das pessoas físicas, o encarecimento de compras no exterior, viagens internacionais e contratação de serviços digitais afeta diretamente o consumo.
Já para empresas, o aumento nas operações de câmbio e nas alíquotas de crédito representa uma elevação relevante nos custos de produção. Empresas que atuam no comércio exterior ou dependem de importações podem ter seu planejamento financeiro comprometido.
Empresas de menor porte, como as optantes pelo Simples Nacional, também sentem os efeitos. Embora a alíquota seja menor, o peso proporcional no orçamento da empresa é maior. Isso pode dificultar o acesso ao crédito e frear o crescimento de micro e pequenas empresas.
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Como se preparar financeiramente para as novas regras do IOF?
Diante das mudanças, consumidores e empresas devem revisar seu planejamento financeiro. Para pessoas físicas, a recomendação é antecipar compras internacionais e concentrar operações de câmbio quando necessário, evitando a exposição prolongada às novas alíquotas.
Também é recomendável repensar o uso de cartões internacionais e priorizar o pagamento à vista ou por meio de outras formas de quitação com menor carga tributária. Quem viaja com frequência pode considerar estratégias alternativas, como o uso de contas em moeda estrangeira.
Empresas, por sua vez, devem avaliar contratos internacionais e renegociar prazos com fornecedores para minimizar os efeitos da elevação do IOF. Investir em planejamento tributário e em alternativas logísticas menos onerosas pode ajudar a mitigar o impacto sobre os custos operacionais.
Com a nova política fiscal em vigor, especialistas alertam que o monitoramento constante da legislação tributária se torna essencial para evitar prejuízos e adaptar-se às mudanças com agilidade.