Preço do ovo DISPARA e pesa no bolso: entenda o que está por trás do aumento
Custo do milho, demanda sazonal e clima extremo impulsionam alta expressiva no preço dos ovos em diversas regiões do Brasil
O preço dos ovos subiu de forma acelerada em diversas regiões do país, tornando-se uma preocupação para produtores e consumidores. O avanço registrado em fevereiro superou os 40%, impactando diretamente o custo de um dos alimentos mais consumidos no Brasil.
O aumento se deve a uma combinação de fatores, incluindo o encarecimento dos insumos, a demanda sazonal da Quaresma e as condições climáticas adversas. Especialistas apontam que essa alta já era esperada, mas ocorreu com mais intensidade do que nos anos anteriores.
A valorização dos ovos ocorre em um momento de pressão inflacionária sobre outros alimentos básicos, como carnes e leite. Com isso, muitas famílias enfrentam dificuldades para manter a alimentação equilibrada sem comprometer o orçamento doméstico.
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A alta dos ovos atinge patamares recordes no país
Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – Cepea/Esalq-USP (cepea.esalq.usp.br) apontam que o preço da caixa com 30 dúzias de ovos vermelhos chegou a R$ 276,54 em Santa Maria de Jetibá (ES), um dos principais polos de produção do Brasil.
A variação representa um aumento nominal de 43% em relação ao mesmo período do ano passado.
Os valores elevados foram registrados também em outras regiões produtoras, como São Paulo e Minas Gerais. Em Bastos (SP), referência na avicultura nacional, o preço subiu 45%, acompanhando a tendência nacional de valorização do produto.
Diante desse cenário, o governo federal demonstrou preocupação com o impacto da alta nos preços dos alimentos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mencionou que buscará discutir medidas com empresários para reduzir os custos ao consumidor.
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Os custos de produção seguem pressionando o setor avícola
O avanço do preço dos ovos está diretamente ligado à elevação dos custos de produção. O milho, principal componente da ração das aves, acumula alta de 30% desde julho de 2024, tornando a alimentação dos animais mais cara para os produtores.
Além do milho, outros insumos também encareceram. O preço das embalagens, por exemplo, subiu mais de 100% nos últimos oito meses, impactando diretamente o custo final do produto. Com isso, a margem de lucro da avicultura se mantém apertada, e os valores são repassados ao mercado.
As dificuldades logísticas também influenciam na precificação. O transporte e o armazenamento do produto ficaram mais caros, elevando os custos operacionais para os produtores e atacadistas.
O aumento da demanda impulsiona ainda mais os preços
A chegada da Quaresma intensifica o consumo de ovos, já que muitos brasileiros reduzem a ingestão de carne vermelha nesse período. A Associação Brasileira de Proteína Animal – ABPA (abpa-br.org) explica que esse movimento ocorre todos os anos, mas a alta de preços se antecipou em 2025.
A busca pelo produto cresce em supermercados e feiras, ampliando a pressão sobre os estoques. Com menor oferta e maior demanda, os preços seguem tendência de valorização até o fim do período religioso.
Especialistas do Instituto Ovos Brasil (ovosbrasil.com.br) destacam que, além do fator sazonal, há uma mudança de comportamento do consumidor. O ovo vem ganhando espaço como principal fonte de proteína em muitas famílias, impulsionado pelos altos preços das carnes.
As condições climáticas extremas afetam a produtividade das aves
O calor intenso registrado nos últimos meses impactou diretamente a avicultura, reduzindo a produtividade das aves. Com temperaturas acima da média, as galinhas botam menos ovos, afetando a oferta no mercado.
Além disso, a necessidade de maior controle térmico nos aviários aumenta os custos com energia elétrica e manutenção. Isso se soma a outros desafios climáticos, como chuvas intensas em algumas regiões e estiagens prolongadas em outras.
Com a oferta reduzida e os custos em alta, a pressão sobre os preços se intensifica. O impacto do clima na produção agropecuária reforça a tendência de aumento nos preços dos ovos e de outros alimentos básicos.
A previsão do mercado para os próximos meses ainda é incerta
Especialistas afirmam que a normalização dos preços dependerá de diversos fatores, como a estabilização da oferta interna e o comportamento das proteínas concorrentes. Caso os preços das carnes sigam elevados, a demanda pelos ovos poderá continuar intensa.
O Instituto Ovos Brasil projeta um crescimento no consumo per capita do alimento, que saltou de 242 unidades por pessoa em 2023 para 269 unidades em 2024. A expectativa para 2025 é que esse número chegue a 272 ovos por brasileiro ao longo do ano.
Enquanto isso, consumidores buscam alternativas para equilibrar o orçamento doméstico. Promoções e compras em grandes quantidades podem ajudar a reduzir os impactos do aumento no preço dos ovos, que seguem como uma das proteínas mais acessíveis do país.