Funcionário do CRAS cobrou dinheiro para aprovar meu Bolsa Família, isso está certo?

Em algumas cidades há relatos de funcionários do CRAS que cobram dinheiro para aprovarem a solicitação de beneficiários ao Bolsa Família.

Em diversas cidades brasileiras, o Bolsa Família é um programa essencial para muitas famílias em situação de vulnerabilidade, proporcionando auxílio financeiro para garantir o básico em suas casas.

Com o aumento na procura pelos serviços do Cadastro Único (CadÚnico), muitos beneficiários enfrentam dificuldades para realizar o agendamento e a atualização de seus dados, o que tem gerado grande frustração.

Nesse sentido, em alguns locais, relatos surgem de que funcionários do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) estariam cobrando valores indevidos para facilitar o atendimento e a aprovação no Bolsa Família.

Isso tem levado muitos beneficiários a questionarem se essa prática é legal e o que se pode fazer diante dessas situações.

Foi se cadastrar no CRAS, mas um funcionário cobrou para realizar sua aprovação? Saiba se é possível.
Foi se cadastrar no CRAS, mas um funcionário cobrou para realizar sua aprovação? Saiba se é possível. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / pronatecnologia.com.br

O funcionário do CRAS pode me cobrar para me aprovar no Bolsa Família?

Em suma, não, os funcionários do CRAS não podem cobrar nenhuma taxa para agendar, aprovar ou realizar qualquer serviço relacionado ao Bolsa Família. O programa é totalmente gratuito, e qualquer cobrança por parte dos servidores é ilegal.

O Cadastro Único é um sistema do governo para identificar as famílias que têm direito a benefícios sociais. Ou seja, todo o processo deve ocorrer sem custos para o cidadão.

Caso algum funcionário faça esse tipo de cobrança, é importante saber que essa prática é corrupção e abuso de poder, especialmente porque prejudica pessoas vulneráveis.

Para denunciar casos como esse, os beneficiários podem recorrer à Ouvidoria do município ou diretamente ao Ministério Público.

Além disso, outra opção é registrar a queixa através do canal Fala.BR. Essa é a plataforma de comunicação oficial para denúncias relacionadas ao serviço público federal.

As denúncias podem ocorrer anonimamente, garantindo que o cidadão esteja protegido contra retaliações.

Além disso, é importante reunir provas, como gravações, testemunhas ou comprovantes de pagamento, para fortalecer a denúncia e garantir a punição dos responsáveis.

Esse tipo de situação, infelizmente, não acontece isoladamente, e em várias regiões do Brasil já ocorreram casos semelhantes.

Ademais, a orientação oficial é que, diante de qualquer suspeita de irregularidade, os beneficiários busquem ajuda nas instâncias corretas para proteger seus direitos e garantir que o processo seja justo e gratuito, como deve ser.

Saiba mais: Quer saber se foi aprovado no Bolsa Família? Ligue para este número e descubra!

Casos parecidos ocorreram na época do Auxílio Brasil

Durante a transição do Bolsa Família para o Auxílio Brasil, surgiram muitos relatos de cobranças indevidas para o recadastramento no programa.

Em cidades como Natal, no Rio Grande do Norte, por exemplo, alguns beneficiários relataram que foram abordados por pessoas oferecendo agendamentos em troca de dinheiro para realizar o recadastro no Cadastro Único.

As cobranças chegavam a R$ 100, com promessas de que o pagamento garantiria um atendimento rápido e a aprovação no benefício.

Esses relatos incluíam até mesmo mensagens de áudio em que indivíduos, se identificando como funcionários ou intermediários de servidores do CRAS, ofereciam vagas no agendamento mediante o pagamento de uma taxa.

Beneficiários relataram ter pago esses valores por meio de transferência via Pix, sem qualquer garantia de que o procedimento seria legal. Em muitos casos, essas pessoas sentiam que, sem pagar, perderiam o direito ao benefício.

Esse cenário criou uma pressão ainda maior sobre famílias que dependem do Auxílio Brasil ou do Bolsa Família para sobreviver.

Ao serem informadas de que perderiam o benefício se não atualizassem seus dados, muitas se sentiram obrigadas a pagar valores para garantir que seus nomes permanecessem no cadastro.

Casos como esses são claros exemplos de corrupção e abuso de poder, e mostram a importância de denunciar práticas ilegais e garantir que os serviços públicos sejam acessíveis e justos para todos.

Veja outros: Cartão amarelo do Bolsa Família ainda funciona? Posso sacar em outubro usando ele?