Tempestade de areia no Brasil? Saiba qual região está em alerta!
A região amazônica passa por um período de grande turbulência climática. Confira o que a região enfrentou no último final de semana.
Manaus, a capital do Amazonas, enfrentou uma situação climática surpreendente no último domingo (5) quando uma “tempestade de poeira” varreu a cidade, trazendo consigo ventos fortes de até 70,4 km/h. Essa ocorrência climática excepcional foi registrada pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam). A população ficou sem saber o que fazer diante das adversidades causadas por esse fenômeno.

Manaus sofre com tempestade de poeira
Os ventos carregados de poeira afetaram significativamente a visibilidade na cidade, invadiram imóveis e causaram destelhamentos, além de danos à rede elétrica. O Censipam informou que, apesar de surpreendente, tempestades como a de domingo são relativamente comuns nesta época do ano em Manaus.
De acordo com o instituto, o fenômeno ocorre por causa de uma transição entre o período menos chuvoso, conhecido como “verão amazônico”, e a estação mais chuvosa, chamada de “inverno amazônico”. O meteorologista Gustavo Ribeiro ressaltou que no trimestre compreendido entre outubro, novembro e dezembro, eventos meteorológicos desse tipo são frequentes.
Mas a diferença é que costumam ser localizados, de curta duração. De qualquer forma, o fenômeno ainda pode gerar grandes volumes de chuva, acompanhados de rajadas de vento, descargas elétricas e até granizo.
O evento climático recente em Manaus foi particularmente notável pela “tempestade de poeira”. Além disso, a cidade já estava lidando com a fumaça proveniente das queimadas que afetam a região há mais de uma semana. Então, isso criou uma combinação sinistra de partículas em suspensão no ar, tornando a situação ainda mais desafiadora para os habitantes da cidade.
Embora a quantidade de chuva durante a tempestade tenha sido modesta, não ultrapassando os 10 milímetros nas últimas 24 horas, os ventos fortes causaram consideráveis estragos. A Defesa Civil de Manaus informou que a Zona Oeste registrou apenas 2,4 milímetros de chuva, a Zona Leste 2,6 milímetros e a Zona Norte 8,8 milímetros.
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Região amazônica é a que mais tem sofrido com o clima
Entretanto, as rajadas de vento excederam os 70 km/h nas proximidades do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes. Embora o aeroporto tenha afirmado que as operações de pousos e decolagens não foram afetadas, a cidade enfrentou três ocorrências de destelhamentos em bairros diferentes: dois no bairro Lírio do Vale, na Zona Oeste, e um no bairro Redenção, Zona Centro-Oeste.
A ventania também causou problemas na rede elétrica de Manaus, resultando em interrupções no fornecimento de energia em escolas que estavam aplicando as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023.
O Censipam alertou que rajadas de vento semelhantes podem ocorrer novamente em Manaus neste mês e em dezembro, mantendo a população em estado de atenção.
Enquanto a ventania é uma preocupação para os moradores, as chuvas na região devem continuar abaixo da média para o período, em parte devido à influência do fenômeno El Niño. Gustavo Ribeiro, o meteorologista, explicou que tradicionalmente dezembro marca o início da estação chuvosa na região amazônica.
No entanto, o El Niño, um fenômeno caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico e do Oceano Atlântico, está afetando o clima na região. Portanto, essas condições climáticas estão alterando a circulação dos ventos na atmosfera, inibindo a formação de nuvens mais robustas.
Assim, como resultado, atrasando o início das chuvas em grande parte da Amazônia Legal. Além dos ventos intensos e da falta de chuvas, a fumaça proveniente das queimadas continuou a afetar Manaus mesmo após a tempestade de poeira.
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