Governo Federal quer atualizar e ampliar vagas do Jovem Aprendiz em 2022: Veja como participar do programa

Uma das grandes dificuldades dos jovens brasileiros na hora de buscar emprego é a falta de experiência.  Diante dessa realidade, uma pergunta paira no ar: Como ter experiência se as empresas não contratam? Difícil, né? É por isso que existem os estágios e os programas training.

No Brasil, até mesmo estagiar é complicado. Muitas exigências são feitas durante o processo seletivo. São cobradas aos estudantes e 15 a 24 anos capacidades técnicas que eles ainda não adquiriram. Experiências que só poderão ter quando estiverem no mercado de trabalho.

Só 5% conseguem estágio

As dificuldades ficaram ainda maiores durante a pandemia, já que os estágios tiveram que serem feitos de forma remota.  Com isso, alguns jovens por não terem computador já eram desclassificados. Afinal, precisariam de um para o estágio home office. Uma pesquisa da Associação Brasileira de Estágios (Abres) apontou que até 2020, o país contava com um contingente de cerca de 1 milhão de estagiários. A partir de 2021, o número caiu para 900 mil, redução de 10%.

O levantamento também constatou que apenas 5,8% dos estudantes conseguem uma oportunidade de ingressar numa empresa como estagiário. Quando comparamos o número de contratações com o número de estudantes disponíveis e com vontade de estagiar, os dados da Abres ficam ainda mais preocupantes. São 17,2 milhões de estudantes aptos por uma colocação no mercado de trabalho, porém, apenas 5,2% conseguem.

Veja também: Oportunidades para Jovem Aprendiz em 2022: Ciee e Google oferecem vagas com certificado

Jovem Aprendiz

Criado no ano de 2000, o programa Jovem Aprendiz surgiu com a finalidade de ampliar as chances dos jovens de ingressarem em uma empresa por meio do estágio.  A lei obriga todas as empresas empregarem um número de estagiários a partir da quantidade de funcionários que atuam no estabelecimento. Esse número corresponde de 5% a 15% do total de seus colaboradores.

O programa Jovem Aprendiz determina que os jovens contratados na condição de estagiários exerçam função de formação profissional.  Outra exigência é que eles estejam matriculados no ensino fundamental, médio ou Técnico e frequentando as aulas normalmente.

Segundo o Ministério da Economia, atualmente, mais de 460 mil estudantes trabalham como estagiários por meio do Jovem Aprendiz. Ou seja, o Jovem Aprendiz é responsável pela contratação de mais da metade dos estagiários no Brasil. O total são 900 mil espalhados nos estados brasileiros.

Mudança da Lei – Jovem Aprendiz

De acordo com uma reportagem do site UOL e jornal Estadão, o governo federal planeja fazer alterações no programa Jovem Aprendiz. A primeira delas é tirar a obrigatoriedade de estar matriculado em uma escola ou ensino técnico. Se isso acontecer, o programa perderá a sua função de aprendizado escolar junto com formação profissional.

Essa flexibilização não é bem vista por especialista. Para eles, a evasão escolar vai aumentar ainda mais. Isso porque uma das prerrogativas do Jovem Aprendiz é que os estagiários frequentem a escola e tenham bom desempenho.

No estudo desenvolvido pelo governo há a recomendação de retirar a obrigatoriedade das empresas de contratarem aprendizes proporcional ao número de colaboradores efetivos.

O que diz o governo?

Para o UOL e Estadão, o  Ministério do Trabalho e Previdência informou que as propostas visam aperfeiçoar o programa Jovem Aprendiz. O órgão governamental ainda afirmou que todo processo ocorre em diálogo com empresas e funcionários. O governo justifica o estudo como uma maneira de ampliar as vagas no mercado de trabalho para os jovens.

Veja também: Jovem Aprendiz 2022 – Inscrições estão abertas