Posso considerar o TEMPO em que cuidei dos filhos como CONTRIBUIÇÃO para aposentadoria?
Cerca de 33% das mulheres brasileiras que atingem a idade de aposentadoria não conseguem acessar o benefício devido à falta de cumprimento das regras de tempo de serviço.
A criação dos filhos é, definitivamente, uma das experiências mais significativas e desafiadoras que um ser humano pode vivenciar ao longo da vida. É um processo repleto de momentos de alegria, amor incondicional, mas também de responsabilidade, dedicação e muito sacrifício. Muito foi questionado sobre a criação dos filhos ser valorizada na aposentadoria, não apenas do ponto de vista emocional, mas também financeiro. Afinal, a dedicação para cuidar e educar os filhos é integral e muitas vezes impede os pais de construírem uma carreira sólida ou juntarem economias para a aposentadoria.

É possível?
Um proposta de Projeto de Lei, (PL) 2647/2021, foi aprovada na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher. Porém, ainda não foi à votação no plenário e carece de análise. A proposta é que as mães recebam um reconhecimento especial para sua aposentadoria, valorizando o tempo dedicado à maternidade.
De acordo com essa ideia, cada filho nascido vivo seria contabilizado como um ano de tempo de serviço para a aposentadoria, enquanto cada criança menor de idade adotada ou filho biológico nascido com deficiência seria considerado como dois anos de tempo de serviço.
Mães que já contribuíram para o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) por mais de 12 meses podem receber um acréscimo especial de dois anos para cada criança nascida com saúde ou menor de idade adotada. Outra possível conquista é a contabilização das licenças maternidade e paternidade como tempo de serviço.
“Se perguntarmos a homens e mulheres, com certeza vão admitir que criar filhos é um trabalho, e não é um trabalho simples formar cidadãos. Se é um trabalho criar filhos, por que não reconhecemos como trabalho no processo de contagem de tempo para a aposentadoria? Essa é a nossa preocupação”, afirma a autora do projeto, Deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC).
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Alternativa possível mas nem sempre viável
Uma outra estratégia para juntar economias para uma aposentadoria segura é a Previdência Privada. Ela é uma forma de investimento que permite poupar ao longo do tempo, com a possibilidade de começar com contribuições modestas que podem ir aumentando com o passar do tempo e da situação financeira. Mas nem sempre é possível dispor de valores para investir. É preciso avaliar se a Previdência está aliada às suas necessidades e realidade.
Existe uma gama de possibilidades na hora de programar as contribuições da previdência. Em alguns casos, pode ser necessário um aporte inicial mínimo, ou podem existir condições especiais para isso, mas isso não é uma regra geral. Felizmente, há muitos planos que permitem que você comece do zero, com recursos bem modestos. Muitos desses planos oferecem a opção de contribuições mensais, algumas vezes com valores bastante baixos. Não é incomum encontrar opções a partir de apenas R$ 25 por mês, por exemplo.
Os planos ainda permitem que sejam feitos depósitos adicionais esporádicos. Esses depósitos extras são muito comuns no mês de Julho e Dezembro, quando é recebido o 13º salário. Funcionam como uma forma de “turbinar” os fundos. Ou seja, é uma opção flexível e tranquila para garantir uma aposentadoria calma, sem preocupações maiores.
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