Conta de luz vai aumentar AINDA mais? Entenda o que está acontecendo

É verdade que os brasileiros terão que pagar uma conta de luz ainda mais cara nos próximos meses? Explicamos tudo que você precisa saber sobre essa questão.

Todos os meses, a conta de luz representa um dos gastos mais expressivos dos brasileiros! Na onda de calor que tem assolado o país nas últimas semanas, as despesas com energia ficam ainda mais expressivas, particularmente devido ao uso contínuo de ventilador, ar-condicionado e outros eletrodomésticos do tipo. Nesse sentido, surge a dúvida: é verdade que a conta de luz vai ficar ainda mais cara em breve?

Com o calor que não dá trégua, e a chegada das festas de fim de ano, o questionamento se torna ainda mais importante. Afinal de contas, ninguém quer gastar além da conta com o pagamento da energia elétrica. Desse modo, mostraremos abaixo tudo que você precisa saber sobre o potencial aumento nas contas de luz. Veja se o reajuste já está confirmado e entenda como gastar menos todos os meses!

Consumo de energia bate recorde no Brasil

Nas últimas semanas, uma violenta onda de calor se estacionou sobre o Brasil, aumentando as temperaturas em todas as regiões do país. Antes mesmo da chegada do verão, a maior parte dos estados já registra recordes de “quentura”.

O calor excessivo, ocasionado pelo fenômeno El Niño e pelas mudanças climáticas causadas pela ação humana, resulta em problemas de saúde, mortes por insolação e, é claro, aumento do consumo de energia elétrica.

Afinal de contas, quanto mais quente fica o país, mais os brasileiros usam ventiladores, ar-condicionados, umidificadores e eletrodomésticos em geral – o que é sempre acompanhado por uma demanda energética mais expressiva e, consequentemente, uma conta de luz mais cara.

Na última terça-feira (14 de novembro), por exemplo, o consumo de energia elétrica atingiu o recorde histórico de 101.475 MW no Sistema Interligado Nacional (SIN). A marca foi registrada às 14h, pico do calor.

“A principal razão para este comportamento da carga é a significativa elevação de temperatura verificada em grande parte do Brasil”, explica o Operador Nacional do Sistema (ONS).

Além disso, um estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) diz que o ar-condicionado já engloba 17,1% do consumo energético residencial brasileiro. Atualmente, existem cerca de 14 milhões de aparelhos no país e, em via de regra, os eletrodomésticos ficam ligados por 8 horas diárias.

Veja também: Especialistas dão dicas para deixar a casa AREJADA nesse calor; confira

Aneel faz proposta que pode deixar a conta de luz mais cara

Em meio ao calor recorde em todo o Brasil, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) fez uma proposta bastante polêmica – proposta essa que pode deixar a conta de luz mais cara em todas as regiões do país.

Na última terça-feira (14), o órgão do Governo propôs um orçamento de, aproximadamente, R$ 37,2 bilhões para os gastos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) no próximo ano. A CDE, para quem não sabe, é um fundo monetário utilizado para compensar os subsídios que o Governo e o Congresso concedem ao setor de energia.

O problema é que a maior parte deste valor, cerca de R$ 32,7 bilhões (88% do montante total) pago pelos consumidores de energia elétrica. Se a proposta for confirmada, a cobrança começará no próximo ano, através de duas taxas adicionais nos boletos de energia.

Saiba mais sobre a CDE

Para entender melhor como a mudança proposta pela Aneel poderá afetar o seu bolso, é importante conhecer mais detalhes sobre a atuação da CDE.

Implementada em 2002, a CDE é o fundo setorial que se responsabiliza pelo pagamento de políticas públicas relacionadas ao setor de energia. Estas políticas envolvem, por exemplo:

• Distribuição de energia elétrica em todo o território nacional;
• Concessão de descontos, abatimentos e isenção tributária a pessoas que vivem em situação de pobreza, extrema pobreza ou vulnerabilidade social;
• Disponibilização de descontos para as contas de energia de sistemas elétricos isolados;
• Concessão de subsídios para a produção de energia termelétrica nos sistemas isolados;
• Incentivos a cooperativas, pequenas empresas e concessionárias locais do setor de energia.

Para colocar estas políticas em prática, é claro, a CDE utiliza recursos do Governo. Estes recursos podem vir das seguintes fontes:

• Multas aplicadas pela Aneel nos consumidores de energia;
• Sobra dos subsídios de pesquisa e desenvolvimento das empresas do setor energético;
• Pagamentos das empresas que administram hidrelétricas pelo uso de bens públicos;
• Valores disponíveis na Reserva Global de Reversão (um encargo que é cumprido por empresas energéticas, geradores, distribuidores e transmissores);
• Investimentos do Tesouro Nacional;
• Cotas públicas pagas pelos consumidores.

Conta de luz mais cara já está confirmada?

Felizmente, a resposta é não! Pelo menos a proposta da Aneel que pode deixar a conta de luz mais cara é apenas isso: uma proposta.

Em outras palavras, ainda não foi aprovada pelo Congresso Nacional ou pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Atualmente, a proposta se encontra na fase de consulta pública. Ou seja: você pode dar sua opinião sobre o assunto, manifestando-se a favor ou contra o plano.

Para obter mais informações e dar sua opinião, é só acessar o site https://www.gov.br/aneel/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/consultas-publicas.

Veja também: Conta de luz vai realmente aumentar em dezembro? Saiba mais!

Como conseguir desconto no boleto de energia?

Por fim, temos um dos questionamentos mais importantes dos brasileiros: afinal de contas, como conseguir desconto nas contas de energia?

Quanto a isso, não há segredo: basta se tornar beneficiário da Tarifa Social de Energia Elétrica, um importante benefício do Governo Federal.

Os segurados da Tarifa Social conseguem descontos de até 65% nas contas de luz. Os valores são definidos de acordo com o gasto energético das famílias.

Para usufruir da Tarifa Social, os interessados devem cumprir alguns critérios. Abaixo, você pode conferir quem tem direito ao desconto:

• Famílias inscritas no Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) com renda mensal per capita de até meio salário mínimo (R$ 660 para 2023);
• Famílias inscritas no CadÚnico com renda mensal total de, no máximo, 3 salários mínimos (R$ 3.960 para 2023), com Pessoas com Deficiência (PCDs) que dependem de tratamentos que necessitam do uso contínuo de aparelhos que utilizam energia elétrica (que devem ficar o tempo todo ligados na tomada);
• Idosos com mais de 65 anos e Pessoas com Deficiência (PCDs) que recebem os pagamentos mensais do Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Agora que você já sabe se a conta de luz vai aumentar em breve, e como funciona a Tarifa Social de Energia Elétrica, veja o vídeo abaixo para entender como solicitar o benefício!